Irlandeses estão divididos sobre pacote de ajuda, diz pesquisa
Mais de 50% dos irlandeses apóiam o bilionário pacote de ajuda da UE (União Europeia) e do FMI (Fundo Monetário Internacional), mas acreditam que o país perdeu sua soberania ao aceitar a ajuda externa, apontou uma pesquisa publicada neste sábado.
A Irlanda foi forçada a recorrer ao FMI, à UE e ao BCE (Banco Central Europeu) para negociar um empréstimo de 85 bilhões de euros (US$ 112,1 bilhões) após a crise no setor bancário do país afundar a economia e afetar a zona do euro.
Os irlandeses enfrentarão anos de redução de gastos e aumento de impostos, como parte de um esforço de austeridade de quatro anos destinado a cortar 15 bilhões de euros (US$ 19,78 bilhões) do maior deficit entre os países europeus. As medidas têm início com um pacote de orçamento recorde de 6 bilhões de euros (US$ 7,91 bilhões) em ajustes para 2011.
Perguntados se apoiam a ajuda, 51% dos irlandeses disseram ter recebido bem o pacote, 37% afirmaram que não, e 12% não souberam responder, apontou pesquisa Irish Times/Ipsos MRBI.
Dos 1.000 entrevistados, 56% disseram que Dublin entregou sua soberania ao aceitar o acordo, enquanto 33% disseram que não e 11% não tinham opinião.
Brian Cowen, o primeiro-ministro mais impopular da Irlanda dos últimos anos, deve sair derrotado de eleições gerais que serão realizadas no início do próximo ano, devido às suas ações durante a crise.
Pesquisas de opinião indicam que o partido opositor Fine Gael, de centro-direita, formará um governo de coalizão com o partido Trabalhista, de centro-esquerda, após a próxima eleição, provavelmente em fevereiro ou março.
O Parlamento irlandês aprovou o pacote de ajuda na quarta-feira em meio à ameaças da oposição de renegociar o acordo, mas diante da dependência da Irlanda no pacote de ajuda para fortalecer seus bancos e financiar seu deficit, e por já ter concordado em metas fiscais rígidas, sua margem de manobra pode ser limitada.
A pesquisa de sábado mostrou que eleitores que apoiam o partido Fianna Fail, de Cowen, eram os que mais aprovavam o pacote e a maioria deles não acreditava que Dublin tenha aberto mão de sua soberania.
Eleitores do Fine Gael e do Trabalhista também declararam apoio ao pacote, mas afirmaram que a soberania foi perdida, informou o Irish Times.
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