Insegurança atinge em MT 43% da população
A sensação de insegurança atinge 43,1% da população mato-grossense, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2009 divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Frente ao medo instalado, o levantamento aponta ainda que 52,9% das residências do Estado têm algum tipo de dispositivo de segurança para tentar inibir a ação de criminosos. Pessoas na faixa etária entre 25 e 49 anos estão entre as maiores vítimas de tentativa de roubo e furto.
As grades na janela ou porta estão mais presentes nas residências de Mato Grosso (33,9%), seguido das fechaduras extras, barras na porta ou janela contra arrombamento (17,9%). Como forma de proteção, 13,3% da população recorrem também à cerca eletrificada, muro ou grade com mais de 2 metros, com cacos de vidro ou arame farpado, 12% ao olho mágico, abertura na porta, corrente no trinco da porta ou interfone, 3,2% à segurança privada ou cancela e 1,9% à câmera de vídeo. Acima da média nacional (9,4%), está a presença de cachorros nas propriedades mato-grossenses, que atinge 9,5% das residências.
A diferença entre a sensação de insegurança da população de Mato Grosso para a brasileira é 1,9 pontos. A média nacional atinge 47,2% conforme a PNAD realizada no ano passado, um índice crescente em todas as unidades da federação. Moradores dos estados do Sul são os que mais se sentem seguros.
A professora e pesquisadora do Núcleo Interinstitucional de Estudos da Violência e Cidadania da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Vera Lúcia Bertoline, avalia que o descrédito das instituições de segurança por parte da população acarreta a situação de insegurança. "A ineficiência da segurança pública e morosidade da Justiça contribuem para que a maioria das pessoas não denunciem, pois já não acreditam que a Polícia vá investigar. Há um descrédito muito grande".
A constatação da pesquisa da PNAD é que apenas 51,1% da população de Mato Grosso, que confirmou ter sido vítima de agressão física no período de 5 anos, procurou a Polícia na última ocorrência. É o 7º maior percentual brasileiro e está acima da média nacional, que é de 44,3%, mas ainda considerado baixo ao enfrentamento da violência.
Segundo Vera, a impunidade verificada em determinadas instituições, muitas vezes contaminadas por profissionais que atuam ao lado da violência, tornam a segurança pública frágil e desacreditada.
Como consequência à insegurança, a pesquisadora encara como normal a expansão do comércio de dispositivos de segurança. "Temos uma população extremamente amedrontada, que tem medo de sair de casa, de bala perdida, que atinge da criança ao idoso. Tudo isso contribui para a franca expansão do comércio de alarmes".
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