Fundador do WikiLeaks arrecadou metade da fiança, diz advogado
Mark Stephens, o advogado de Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, disse nesta quarta-feira que um grupo de pessoas já arrecadou cerca de metade da fiança de 200 mil libras (cerca de R$ 535 mil) estipulada por um juiz britânico para que ele aguarde em liberdade o processo que pode levar à sua extradição para a Suécia, onde é acusado de crimes sexuais.
Um tribunal decidirá na quinta-feira (16) sobre um recurso da apresentado pela Promotoria da Suécia sobre a concessão de liberdade a Assange sob fiança.
O advogado disse que pessoas comuns pediram para contribuir com o pagamento da fiança.
Assange, que tem irritado os Estados Unidos por causa da divulgação de milhares de telegramas diplomáticos secretos, poderá ser libertado na audiência de quinta-feira. Ele nega as acusações de crimes sexuais, que diz serem politicamente motivadas.
ARRECADAÇÃO
"Temos de aparecer (na audiência judicial) com 200 mil libras (R$ 535 mil), em notas, e isso é difícil de conseguir", disse Stephens à BBC News. "Já temos cerca de metade disso, mas é claro que as pessoas vão entender que mesmo pessoas ricas não mantêm uma quantia dessas solta por aí."
Personalidades como o cineasta norte-americano Michael Moore, o jornalista australiano John Pilger e o escritor britânico Hanif Kureishi já manifestaram apoio a Assange.
"Por que as autoridades suecas estão tão determinadas em fazer com que Julian Assange passe o Natal na cadeia? Será que elas têm os genes de Scrooge?", disse ele, referindo-se ao personagem criado por Charles Dickens em "Um Conto de Natal".
A condição da Justiça para soltar Assange é que ele se instale na mansão rural de um simpatizante na Inglaterra, se apresente diariamente à polícia e use um localizador eletrônico.
Além da fiança de quase R$ 535 mil, a corte exigiu também aproximadamente R$ 70 mil em garantias, a serem pagos por fiadores para o caso de ele desaparecer.
Gemma Lindfield, que representa o governo sueco no caso, disse em audiência na terça-feira que Assange não deveria ser solto, porque "nenhuma condição que a corte impuser poderia impedir sua fuga".
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