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Terça - 14 de Dezembro de 2010 às 14:10
Por: Isa Souza

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O promotor de Defesa do Patrimônio Público, Mauro Zaque, voltou a afirmar, nesta terça-feira (14), que as investigações sobre o "Escândalo dos Maquinários" ainda devem apontar outros envolvidos, que serão prontamente responsabilizados.

Até agora, Zaque propôs duas ações civis públicas em desfavor dos ex-secretários Geraldo De Vitto (Administração) e Vilceu Marchetti (Infraestrutura), além de vários empresários.

O escândalo foi descoberto em abril deste ano, logo após o Governo do Estado adquirir 705 máquinas e caminhões, superfaturados no valor de R$ 44 milhões, para o programa "Mato Grosso 100% Equipado". O episódio acabou repercutindo na saída, no fim de abril e início de maio, de Marchetti e De Vitto, respectivamente.

"Existe, sim, a possibilidade do envolvimento de outras pessoas. Nada impede que surjam fatos novos, novos documentos, outros agentes públicos denunciados. Me parece muito óbvio que ninguém desvia um montante desses sem uma estrutura grande por trás", afirmou Zaque, durante entrevista à Rádio Cultura de Cuiabá.

Ainda segundo o promotor, o escândalo não pode ser encarado como um fato isolado, de uma ou duas pessoas.

Sobre a ação contra De Vitto e Marchetti, que tem como objetivo o ressarcimento aos cofres do Estado, com juros e correção monetária, bem como o pagamento de multas e o impedimento das empresas que participaram do esquema de fazer novos contratos com o poder público, Zaque relembrou que as provas contra os dois ex-secretários eram evidentes.

"As ações foram feitas porque as provas eram muito contundentes em desfavor de De Vitto e Marchetti, mas ninguém é criança e bobinho em acreditar que só eles estavam envolvidos. Tenho plena convicção que mais pessoas participaram e não foram funcionários subalternos", reforçou.

Apesar disso, Zaque observou que, no papel de promotor, não pode procurar envolvidos apenas pelo "achismo". E revelou que chegam ao seu conhecimento dezenas de comentários ou denúncias de possíveis envolvidos, algumas até plausíveis, mas sem fatos concretos.

"É difícil provarmos que o fulano comprou uma chácara, gastou com a amante ou com o filho que não quer saber de trabalhar. Esse dinheiro não tem contabilidade prevista e eu preciso de provas concretas para apresentá-las em juízo", disse.

Ainda assim, o promotor afirmou que a perspectiva para a finalização total das investigações é de oito meses a um ano, tempo em que espera também que sejam devolvidos aos cofres públicos os R$ 44 milhões superfaturados.

"Até um tempo atrás, o trâmite era mais lento; hoje, não demora muito. Claro que nossa legislação permite manobras e recurso jurídicos, mas eu não acredito que a Justiça vá demorar a dar uma resposta à sociedade", afirmou.

Blairo Maggi

O promotor Mauro Zaque também comentou sobre uma possível participação do, à época, governador e agora senador eleito, Blairo Maggi (PR), no Escândalo dos Maquinários.

Para ele, não é muito crível que o chefe do Estado não tivesse, de alguma forma, conhecimento do superfaturamento. "O ditado diz que a tropa é espelho do comando. Por isso mesmo, os cinco promotores resolveram encaminhar uma representação ao procurador-geral de Justiça, Marcelo Ferra, para que o MPE investigue Maggi", disse.

Ferra ainda não analisou o pedido dos promotores. Ontem (13), ele foi confirmado no comando do MPE pelo governador Silval Barbosa (PMDB), após vencer eleição interna contra o promotor Roberto Turin.






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