A vice-prefeita de Jandira, na Grande São Paulo, Anabel Sabatine (PSDB), afirmou na tarde deste sábado que não está "segura" para assumir o comando do município, após o assassinato do prefeito Walderi Braz Paschoalin (PSDB), na manhã de sexta-feira. "Não me sinto segura para assumir. Sei que existem grupos querendo que eu não assuma", afirmou, sem citar que grupos seriam estes.
Anabel afirmou ainda que vai fazer um governo honesto e transparente, "custe o que custar". Questionada se estaria sofrendo ameaças, a tucana respondeu apenas: "prefiro não comentar". Anabel afirmou ainda que não tinha nenhuma briga com Paschoalin, apenas "divergências administrativas".
A cunhada do prefeito, Margarete Aparecida Amorim, 52 anos, afirmou ter certeza de que se trata de um crime político e que a família recebia ameaças. "Eles queriam uma cadeira de prefeito para sentar", afirmou, sem citar nomes. A mulher disse ainda que um dos quatro suspeitos presos teria participado de uma tentativa de sequestro da filha do prefeito, Ana Paula, 30 anos, em julho. Segundo ela, grupos políticos tinham interesse em ver Paschoalin fora do cargo.
O prefeito de Jandira, Walderi Braz Paschoalin (PSDB), foi enterrado às 16h40 deste sábado no Cemitério Municipal, sob aplausos de centenas de pessoas. O caixão do político deixou o ginásio central da cidade por volta das 15h e saiu em cortejo pelas principais ruas da cidade em um caminhão do Corpo de Bombeiros. O corpo chegou por volta das 15h50 ao local, onde muitos moradores já esperavam. Na chegada, os presentes gritaram três vezes "justiça".
O assassinato
O prefeito de Jandira, 62 anos, foi executado por volta das 8h da última sexta-feira, enquanto deixava, acompanhado de seu motorista, um carro em uma rua próxima à rádio Astral, onde participaria do programa semanal Bom Dia Prefeito. Os criminosos fugiram de carro após passarem atirando pelo veículo do prefeito. O motorista, baleado na cabeça, passou por cirurgia no Hospital das Clínicas da capital paulista e estava, no início da noite de sexta, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado grave.
A polícia não descarta a hipótese de crime político, mas espera chegar antes aos autores para divulgar as motivações do assassinato.
Neste sábado, os quatro suspeitos da morte de Paschoalin foram detidos depois que a Delegacia de Homicídios da Seccional de Carapicuíba conseguiu que um juiz decretasse a prisão temporária deles. O pedido foi feito durante a noite pelo delegado Zacarias Katzer Tadros, que escreveu a solicitação após exames comprovarem a presença de resíduos de pólvora nas mãos de mais de um dos quatro detidos.
Comentários