Apesar da divulgação pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira (9) de que as provas dos estudantes que fizeram o Exame de Ordem da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) estavam disponíveis na internet, candidatos afirmam nesta sexta-feira (10) que não conseguem acessar as próprias provas. A FGV aplicou o exame da Ordem pela primeira vez.
A prova prático-profissional do exame da OAB teve 12.634 candidatos aprovados no país, 11,8% do total de 106.941 inscritos.
Felipe Mutti, de 24 anos, é um dos candidatos que não tenta desde a quinta-feira acessar a própria prova, mas não consegue. O estudante disse que chegou a entrar no sistema na manhã desta sexta-feira, mas a prova dele corrigida não estava lá.
“Na última vez que entrei, a FGV ainda não tinha liberado um novo espelho. Eles prometem prazo e não cumprem. Era melhor ter deixado em aberto, porque tudo isto gera muita insegurança”, afirmou. Mutti disse que não foi aprovado por apenas um ponto e que pretende entrar com recurso.
O presidente da Comissão Nacional do Exame da OAB, Walter Agra, disse que a OAB cobra soluções da FGV. Segundo Agra, os alunos não podem ser penalizados por esta falha. “Não dá para começar a contar o prazo da interposição do recurso só quando o sistema estiver normalizado”, afirmou.
A divulgação foi feita depois de uma série de reclamações de estudantes que disseram que o fato de não saberem como suas provas foram corrigidas, impedia argumentos mais objetivos em um possível recurso.
De acordo com o edital, os estudantes têm três dias úteis para entrar com recurso, a contar do momento que têm acesso à correção das provas. Na quinta-feira, a FGV afirmou que os candidatos teriam até domingo (12) para interpor os recursos. Desde a divulgação do resultado do exame, na segunda-feira (6), o prazo já teve de ser prorrogado três vezes.
Outro problema registrado nesta etapa da prova foi um gabarito com erros na somatória dos pontos divulgado pela FGV. De acordo com a Fundação, a falha foi solucionada, e não afetou o resultado da avaliação.
Na quarta-feira, o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, chegou a divulgar nota oficial em que determinava à FGV que fizesse a recorreção das provas devido a erros na divulgação dos espelhos de correção. Nesta quinta-feira, a assessoria de imprensa de Cavalcante afirmou que ele havia desistido do pedido de recorreção após a FGV explicar que a falha não influenciou no resultado do exame.
O G1 entrou em contato com a FGV na manhã e início da tarde desta sexta-feira (10) e com a assessoria da presidência da OAB e aguarda retorno.
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