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Internacional
Sábado - 31 de Agosto de 2013 às 08:14

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Inspetores da ONU, que investigavam o suposto uso de armas químicas no dia 21 de agosto no subúrbio de Damasco, deixaram a Síria nesse sábado (31) de manhã.


 
Eles cruzaram a fronteira para o Líbano, poucas horas depois de o presidente Barack Obama dizer que os Estavam Unidos estavam considerando uma ação militar limitada, sem o envolvimento de tropas terrestres, contra a Síria.


 
Durante a visita, eles realizaram quatro dias de inspeções.


 
O Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon, disse à diplomatas que os especialistas podem levar duas semanas para ter um relatório final pronto.


 
Segundo o correspondente da BBC Kevin Connolly em Beirute, no Líbano, a saída dos inspetores da Síria remove um obstáculo prático e político para uma ação militar liderada pelos Estados Unidos.


 
Qualquer ataque que poderia colocar os inspetores da ONU em perigo era impensável, e seria considerado prematuro antes do trabalho no local ser concluído, acrescenta Connolly.


 
Citando uma avaliação feita pela inteligência americana, o secretário de Estado John Kerry acusou a Síria de usar armas químicas para matar 1.429 pessoas, incluindo 426 crianças.


 
A Síria disse que a alegação dos Estados Unidos era "cheia de mentiras", e que os rebeldes eram os culpados pelos ataques.


 
A Rússia, um aliado chave da Síria, alertou que "qualquer ação militar unilateral ignorando o Conselho de Segurança da ONU" seria uma "violação direta do direito internacional".


 
O presidente sírio, Bashar al-Assad, disse que seu país vai se defender contra qualquer "agressão" ocidental.


 
O presidente francês, François Hollande reafirmou seu apoio à posição dos Estados Unidos.


 
"Bandido e Assassino"


 
Em um discurso nesta sexta-feira, Kerry afirmou que entre os mortos estavam 426 crianças e disse que o ataque foi um "horror inconcebível".


 
Minutos após o pronunciamento, a Casa Branca publicou um sobre o uso de armas químicos do governo sírio.


 
Mas algumas informações, segundo o secretário de Estado, só serão divulgadas a Congressistas americanos, "para proteger fontes e métodos".


 
Durante seu pronunciamento, Kerry afirmou que o governo de Assad já usou armas químicas em diversas ocasiões neste ano e se referiu ao presidente sírio como "um bandido" e "um assassino".


 
Os Estados Unidos têm defendido uma ofensiva internacional na Síria para impedir que o governo de Damasco use armas químicas.

 
 
No entanto, é improvável que o Conselho de Segurança da ONU aprove uma moção prevendo a intervenção militar, já que a Rússia já vetou duas resoluções anteriores.


 
Posicionamento


 
O porta-voz do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, Martin Nesirky, disse que ainda não se sabe quanto tempo levará para analisar as amostras, mas que os testes devem ser finalizados antes que se chegue a quaisquer conclusões.


 
Ele falou depois que o secretário-geral se encontrou com representantes dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança.


 
Em seu discurso nesta sexta-feira, entretanto, o secretário de Estado americano afirmou que a investigação da ONU não trará mais conclusões a respeito da autoria do ataque.

 
 
— A ONU não pode nos dizer quem usou as armas, isso não é uma exigência da investigação da ONU. Ela só poderá nos dizer se tais armas foram usadas.


 
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"A ONU não pode nos dizer nada que nós não sabemos ou que não tenhamos compartilhado com vocês", disse Kerry.


 
Pouco depois do pronunciamento de Kerry, o presidente Barack Obama disse que o ataque na Síria ameaça a segurança nacional americana.


 
Ele afirmou que ainda não tomou uma decisão sobre a ação a ser tomada, mas garantiu que ela será específica para impedir o uso de armas químicas.


 
— Não estamos consideando de forma alguma uma ação militar que envolva soldados no local, nem que signifique uma campanha longa.


 
"Mas estamos analisando a possibilidade de uma ação limitada que ajudaria a garantir que não só a Síria, mas outros no resto do mundo entendam que a comunidade internacional quer mander a proibição do uso de armas químicas", afirmou.


 
Preparativos


 
Em Washington, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se encontrou com o Conselho de Segurança Nacional.


 
Forças americanas continuam a se posicionar na região no Oriente Médio, se preparando para um possível ataque.


 
Na quinta-feira, o parlamento britânico rejeitou a proposta do governo de uma ação militar na Síria. O premiê David Cameron afirmou que "agiria de acordo" com a decisão.


 
A Alemanha também descartou a participação em um ataque ao país.


 
No entanto, o presidente da França, François Hollande, afirmou que a votação na Grã-Bretanha não mudará sua decisão de apoiar uma "ação dura" contra Assad.


 
Os dois líderes queram enviar uma "forte mensagem" à Damasco condenando o suposto uso de armas químicas.


 
Nem a França nem os Estados Unidos precisam de aprovação parlamentar para a ação militar .


 
Outro aliado dos Estados Unidos, a Turquia, pediu uma ação semelhante aos bombardeios da OTAN na antiga Iugoslávia, em 1999 .


 
A OTAN realizou 70 dias de ataques aéreos para proteger civis em Kosovo,mesmo sem uma resolução da ONU .


 
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, também disse que qualquer intervenção militar deve ter como objetivo derrubar Assad.





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