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Sexta - 10 de Dezembro de 2010 às 07:53
Por: Renê Dióz

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O projeto de instalação de um teleférico turístico em Chapada dos Guimarães (65 Km de Cuiabá) está dividindo opiniões na cidade, de acordo com a audiência pública promovida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) nesta última quarta-feira. Embora seja visto como empreendimento propulsor da economia na região, o modelo proposto pelo governo está sendo criticado pela ausência de projetos atrelados para melhorias nos precários serviços de água, saúde, esgoto e segurança.

O teleférico avaliado em R$ 6 milhões é o primeiro de uma série de empreendimentos anunciados pelo governo para consolidar o turismo em Chapada. Projetado para ser instalado na região da Serra do Atimã, o empreendimento e suas implicações ambientais geram controvérsia desde seu anúncio, em junho do ano passado.

Na quarta-feira, em Chapada, a audiência pública serviu para a empresa que construirá o teleférico apresentar o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) referente ao empreendimento, necessário para que a Sema autorize o início das obras. O EIA/Rima ainda será submetido à análise por parte da Sema e, depois por parte do Ministério Público (MP), a fim de impedir brechas para danos ambientais ou favorecimento a particulares. Antes disso, entretanto, a falta de estrutura de Chapada para receber os turistas atraídos pelo teleférico movimenta os debates entre favoráveis e não-favoráveis ao empreendimento tal como ele está sendo proposto pelo Estado.

Segundo o promotor de Chapada, César Danilo Ribeiro, “o governo presenteou Chapada com a cereja, mas esqueceu do bolo”. Ele critica o raciocínio de grande parte dos entusiastas do projeto, de que a receita gerada após a movimentação turística do teleférico (são previstas até 2,6 mil pessoas por dia) trará investimentos em setores básicos como saúde, segurança, água e esgoto. O promotor aponta que há muito “oba-oba” e nada de projeto efetivamente voltado para esses aspectos, de forma que “o tiro pode sair pela culatra”.

Já o diretor de assuntos estratégicos da Agecopa, Yuri Bastos, assegura que, pelo menos para o precário abastecimento de água em Chapada, há um projeto de R$ 10 milhões da Agecopa que pretende solucionar o problema. Para regularizar os sistemas de segurança (os 30 policiais militares da cidade são metade do mínimo desejável), esgoto e saúde (o hospital da cidade não realiza sequer parto normal), Bastos diz que a Agecopa ainda licitará até este ano um estudo para apontar como atacar esses problemas de forma estratégica, com projetos. Os projetos deverão sair do papel por meio de recursos federais do Programa de Desenvolvimento do Turismo (R$ 350 milhões).






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