Mantega recua e diz que Lula "tem razão" ao defender PAC
O Ministério da Fazenda divulgou uma nota na noite desta terça-feira na qual o ministro Guido Mantega recuou de afirmações feitas na segunda no Rio de Janeiro e disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "tem razão quando diz que o objetivo dos cortes no custeio é aumentar investimento em infraestrutura."
Na ocasião, Mantega havia dito que os cortes de gastos para o próximo ano poderiam postergar a realização de obras do PAC. "Pode ser que tenha alguma postergação. É uma questão de ritmo. Os projetos que estão terminando neste ano ou que estão para terminar nos próximos anos não serão mexidos. Os projetos novos, que ainda vão começar, poderão começar mais lentamente ou não começarem imediatamente. [O governo vai] dar prioridade aos projetos já em andamento, que levam mais um ou dois anos para terminar", afirmou Mantega na segunda-feira.
Na nota, Mantega afirma que citou apenas uma questão de ritmo. O ministro reforçou que a prioridade é terminar os projetos que já estão em andamento e que os novos projetos para 2011 começarão mais lentamente, mas não voltou a falar de que podem não começar imediatamente. A nota afirma também que Mantega disse, no evento no Rio, que "a redução de gastos permitirá o aumento de investimentos e a redução dos juros".
Mais cedo, nesta terça-feira, Lula afirmou que "nenhum centavo" seria cortado do PAC e que, se fosse feito algum corte, seria em custeio e não nos investimentos. Ele negou ter dado uma bronca no ministro, mas disse que Mantega teve de "falar com dois presidentes".
Nesta manhã, Mantega teve uma reunião com a presidente eleita Dilma Rousseff na Granja do Torto, compromisso que não constava da agenda do ministro divulgada na noite de segunda-feira pela assessoria de imprensa da Fazenda. Ele se recusou a falar com os repórteres na chegada ao Ministério e passou a tarde em reunião com seu assessor especial para a área da imprensa.
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