Governo vai incentivar financiamento privado para aliviar BNDES

O ministro Guido Mantega afirmou nesta segunda-feira que, nas próximas duas semanas, serão anunciadas medidas para estimular o financiamento privado do país. O objetivo principal é desafogar o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Mantega disse que a maio participação do setor privado na concessão de financiamentos vai auxiliar na redução da taxa de juros Selic.

"Estamos preparando um programa para aumentar o crédito privado, com condições e prazos condizentes. Isso vai aliviar o BNDES", afirmou o ministro, que participa do seminário "Diálogos Capitais", promovido pela "Carta Capital", no Rio

Mantega elogiou as medidas do Banco Central para restringir a concessão de crédito no país, para evitar bolhas e aumento na inflação. "Essas medidas foram positivas", resumiu.

O ministro prometeu reduzir a carga tributária no país nos próximos anos, ao admitir que a cobrança de impostos é pesada para os investidores.

O ministro voltou a afirmar que a economia do país crescerá 7,5% neste e 5,5% no ano que vem. De 2011 a 2014, a economia brasileira terá um crescimento médio de 6,1%. "No ano que vem teremos teremos um pequena queda no nível de atividade, mas crescer na casa dos 5% está de bom tamanho", afirmou.

PREÇOS

Ainda sem detalhar a proposta, o ministro afirmou que o governo pretende substituir o IGP (Índice Geral de Preços) na correção dos contratos de serviços por outros indexadores, como o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), por exemplo. Para o ministro o IGP está muito "contaminado" pelos preços das commodities.

Entre os serviços que podem ter alteração na correção está a conta de energia. Para definir os reajustes, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) leva em conta o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado).

As correções dos valores dos pedágios também levam em consideração o IGP-M.