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Economia
Quinta - 02 de Dezembro de 2010 às 09:32
Por: Laís Costa Marques

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As usinas do Grupo Naoum em Jaciara (a 144 Km da Capital) demitiram 130 trabalhadores das duas unidades (Jaciara e Pantanal) que possui no Estado. A indústria produz álcool e açúcar e desde 2008 está em processo de Recuperação Judicial, sendo que as atividades foram suspensas e retomadas em maio de 2009. As demissões representam 26% do quadro funcional das fábricas. Ao todo, contabilizando trabalhadores no campo e de transporte, o grupo emprega entre 1,5 mil e 1,8 mil pessoas, sendo o principal empregador da região.

Os trabalhadores demitidos foram comunicados que devido à queda de produção a empresa não poderia manter os empregados, conforme explica o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Fabricação de Álcool de Jaciara, Luís Carlos da Silva. "Recebemos uma carta dizendo que o Grupo Naoum teria que demitir em virtude de problemas financeiros por causa da quebra na produção". Segundo o funcionário que tem mais de 20 anos na empresa, cada unidade precisaria moer pelo menos 1 milhão de toneladas de cana-de-açúcar por ano para garantir a manutenção e competitividade no mercado. Este ano, porém, cerca de 400 mil (t) foram moídas em uma unidade e 800 mil (t) em outra, o que inviabiliza a produção.

O Grupo Naoum informou por meio da assessoria de imprensa que as demissões estão relacionadas ao fim da safra da cana-de-açúcar, que se encerrou em novembro. Além disso, afirmou que todos os direitos trabalhistas foram respeitados e pagos e que os trabalhadores deverão ser recontratados no início da próxima safra, entre março e abril.

Luís Carlos, porém, diz que os funcionários demitidos ocupam cargos efetivos e que não são ligados à safra. "Foram mandados embora os funcionários da fábrica que geralmente permanecem independentemente de colheita", afirma ao comentar que trabalhadores com 10 anos no Grupo foram pegos de surpresa com a demissão.

O diretor do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool), Jorge dos Santos, diz que é absolutamente normal e legal a demissão dos funcionários neste período. Segundo o representante, dos 14 mil trabalhadores do setor, apenas 4 mil permanecem nas fábricas entre dezembro e março. "Os safristas, como o nome mesmo diz, têm tempo determinado de trabalho. No final da safra são demitidos e têm todos os direitos pagos. Muitos inclusive vão para o Nordeste trabalhar porque a safra de lá está iniciando".

O presidente da Federação dos Trabalhadores das Indústrias de Mato Grosso (Fetiemt), Ronei de Lima, defende políticas públicas que incentivem a instalação de outras fábricas, indústrias e empresas em geral para a geração de emprego na região. "Os governantes precisam atrair empresas para acabar com a dependência da população a poucas geradoras de emprego".

De acordo com o Grupo Naoum, o pagamentos dos credores estão em dia, conforme foi agendado no Plano de Recuperação Judicial. 





Fonte: A Gazeta

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