O senador eleito afirma que não pode assumir o Ministério da Agricultura por conta da atuação empresarial da sua família no ramo do agronegócio
Maggi diz que não assumirá ministério
O ex-governador e senador eleito Blairo Maggi (PR) deixou claro ontem que não vai assumir nenhum ministério neste início de governo de Dilma Rousseff (PT).
Na terça-feira, apesar de ser sondado pela futura presidente para comandar o Ministério da Agricultura, ele afastou a hipótese de aceitar eventual convite formal, afirmando à petista que assumir o ministério iria de encontro com sua atuação empresarial. “Tivemos uma longa conversa que, em determinado momento, veio para esse lado. Disse a ela [Dilma Rousseff] que não poderia aceitar essa incumbência em virtude dos meus negócios. Isso atrapalharia mais [o governo] do que ajudaria”, explicou Blairo Maggi.
O encontro com a presidente, conforme publicou ontem o Diário, foi a bordo de um avião da FAB que os levou de Brasília até Tucuruí, no Pará, onde participaram, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), da cerimônia de inauguração das eclusas da hidrelétrica de Tucuruí.
Desde o ano passado, o nome de Maggi tem sido lembrado para ocupar o Ministério da Agricultura. A indicação do republicano frustraria o pedido do PMDB para manter o ex-deputado Wagner Rossi à frente do ministério.
Produtor rural, o ex-governador chegou a receber o título de “rei da soja”, por ser o maior produtor do grão no Brasil. Ele é sócio do grupo Amaggi, um conglomerado formado atualmente pelas Sementes Maggi, Amaggi Exportação e Importação, Hermasa Navegação da Amazônia, Agropecuária Maggi e Maggi Energia. De vilão, conseguiu reverter sua imagem nos anos em que esteve à frente do governo do Estado, passando a ser visto como aliado dos defensores do meio ambiente. “Tenho empresas que atuam no ramo da agricultura. Estar à frente de um ministério que trata dessa questão pode gerar alguns conflitos”, reforçou Blairo.
Ele opinou ainda que Dilma não deverá convidá-lo para compor outro órgão federal. “O PR quer os espaços que já tem. Isso já foi discutido internamente e levado à presidente eleita”, disse Maggi.
Desde o início do governo Lula, o PR ocupa o Ministério dos Transportes. Primeiro, com o atual prefeito de Uberaba, Anderson Adauto, e depois, com o senador amazonense Alfredo Nascimento. Segundo o senador eleito, a legenda republicana tem grandes chances de continuar no comando do ministério.
A permanência de Alfredo Nascimento, segundo Blairo Maggi, reforça a intenção de Mato Grosso manter o espaço conquistado em Brasília, com Luis Antonio Pagot no Dnit. O republicano reiterou o pedido a Dilma Rousseff, incluindo a permanência de Rodrigo Figueiredo no Ministério das Cidades.
O senador Blairo Maggi esteve ontem em Brasília acompanhando representantes do setor produtivo de óleos vegetais viabilizando recursos nos ministérios da Agricultura e da Fazenda.
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