Para Ministério, quadro é estável e aumento é resultado de mais diagnósticos
Cresce o número de pessoas com Aids no Brasil
O número de novos casos de Aids no Brasil registrou crescimento entre 2008 e 2009. No ano passado, foram descobertos 38.538 portadores do vírus HIV, contra 37.465 casos em 2008. A diferença é de 1.073 e representa um crescimento de 3% de um ano para o outro.
O balanço integra estudo divulgado nesta quarta-feira (1º) pelo Ministério da Saúde e mostra que a incidência, ou seja, a proporção de infectados em relação à população geral, também cresce. Em 2007, havia 19,7 pessoas com Aids em cada grupo de 100 mil habitantes. Em 2008, o número passou para 19,8 e chegou a 20,1 pessoas em 2009.
Hoje, estima-se que haja 630 mil pessoas com a doença, mas parte delas, algo em torno de 255 mil, não sabe disso ou nunca fez o teste do HIV.
O Ministério da Saúde, porém, considera que o número de casos no Brasil é estável e está compatível com outros países semelhantes. Um dos motivos para o crescimento seria o maior número de diagnósticos realizados.
Ainda assim, o diretor de programas contra DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) do ministério, Dirceu Grecco, considera o dado "preocupante".
- Qualquer aumento para nós sempre tem que ser preocupante. O aumento é pequeno, se compararmos com outros países do mundo, a história está mais ou menos igual. O Brasil, na verdade, antecipou muita coisa. Foi o primeiro país em desenvolvimento e entre as nações todas que facilitou o acesso a diagnóstico, a troca de seringa, o respeito aos direitos humanos, a ter preservativo distribuído no país inteiro. Não está resolvido, mas nosso papel é esse: é cada vez mais convencer as pessoas da necessidade de buscar acesso [a diagnóstico e prevenção] de qualidade.
O principal programa de diagnósticos, Fique Sabendo, aumentou o número de testes: passou de 3,3 milhões em 2005 para 8,9 milhões em 2009.
No que se refere à distribuição geográfica da doença, os dados mais atualizados são de 2009 e mostram que a região Sul tem a maior incidência, ou seja, a maior proporção na população: 32,4 pessoas têm Aids em cada grupo de 100 mil habitantes nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Em seguida, na contagem proporcional, vem o Sudeste, com incidência de 20,4 pessoas infectadas por 100 mil habitantes. A região Norte vem depois (com 20,1), seguida por Centro-Oeste (18) e, por último, Nordeste (13,9).
Desde 1980, quando o levantamento começou a ser feito, até junho de 2010, foram registrados 592.914 pessoas com a doença. Dessas, ao menos 229.222 já morreram (registros de óbitos até 2009).
Na série histórica, que leva em conta esses 30 anos, o Sudeste teve o maior número de casos: 344.150 (58% do total do país), seguido pela região Sul, com 115.598 registros (19,5%), Nordeste, com 74.364 (12,5%), Centro-Oeste, 34.057 (5,7%) e Norte, com 24.745 casos registrados (4,2%).
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