Jovem não estava sozinho quando caiu do 4º andar

O adolescente João Vitor Leon Leite, 16, precisaria "ser impulsionado" para cair da janela do 4º andar do Edifício Dunhill, em Cuiabá, conforme ocorreu durante uma festa de confraternização no início da madrugada de domingo. Para a delegada Liliane de Souza Murata, da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), o acidente pode ter sido resultado de uma brincadeira de mau gosto realizada por adolescentes que estavam na festa.

Essa é uma das linhas de investigações da delegada que durante toda tarde de ontem ouviu o síndico do prédio, o advogado Eduardo Brasileiro, e os pais do estudante, Arlete e Carlos Roberto Leon. Liliane explica que obteve informações que pela altura do rapaz, cerca de 1,70m, e da janela, que era alta, ele não teria como simplesmente cair. Liliane confirma que imagens mostram um rapaz empurrando a vítima para dentro do elevador e apertando os botões para fechar a porta.

Por enquanto, a delegada descarta a hipótese de bullying, uma vez que João Vitor estava em uma festa com amigos. Liliane afirma que o síndico revelou que a vítima apresentava estado de embriaguez, confirmada pelas imagens do sistema interno de segurança do prédio. O local já passou por perícia e as informações serão importantes para descobrir o que levou o adolescente a cair. "Ainda não sabemos se ele bebeu porque quis ou se foi forçado. O que sabemos é que tinha muita bebida alcoólica na festa".

As pessoas que promoveram a confraternização serão identificadas e chamadas para prestar depoimento. O mesmo procedimento será tomado em relação aos jovens que estavam no prédio naquela noite. "Ocorreram atos de vandalismo no prédio e moradores chegaram a chamar o síndico por conta da situação".

O advogado da família, César Augusto Magalhães, destaca que a grande preocupação é com a verdade. "Está muito esquisito uma festa começar as 18h e terminar com uma pessoa caindo do 4º andar".

O pai de João Vitor, Carlos Roberto Leon, destaca que não existe a hipótese do filho ter tentado suicídio e acredita que as investigações vão mostrar isso. Para o pai não há como um jovem de 16 anos, com toda a vida pela frente, sair de casa para tentar contra a própria vida. "Ele é um garoto que saiu de casa para ir a um churrasco".

Os pais da vítima não conheciam as pessoas que promoviam a confraternização, mas sabiam aonde ele estava. Carlos afirma que o estado de saúde do adolescente é preocupante, mas tem muita fé que ele ficará bem. "As pessoas que puderem, orem pelo nosso filho, que é um menino bom, estudioso, uma boa pessoa".

A mãe de João Vitor, Arlete Leon, destaca que neste momento a sua maior preocupação é com a saúde do filho. "É muito dolorido, mas com certeza ele vai se recuperar, vai sair dessa sem sequelas".

O síndico não quis falar com a imprensa.