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Embrapa e autoridades discutem combate a helicoverpa armigera
A Helicoverpa armigera, praga exótica que está provocando grandes estragos às lavouras de grãos, hortaliças e citros em diferentes regiões do País, também já é uma realidade para os produtores de Roraima. A lagarta foi detectada em julho nos municípios de Boa Vista e Bonfim, sendo encontrada em plantações de soja, milho e feijão-caupi. Com o objetivo de unir esforços para combater a praga e evitar que ela se dissemine ainda mais, a Embrapa e representantes de instituições ligadas à agricultura no estado se reuniram para discutir medidas de combate à lagarta.
Em Roraima, os danos sociais aos pequenos agricultores e às comunidades indígenas são as maiores preocupações. De acordo com o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag/RR), Luiz Carlos Gomes de Lima, existem 40 mil famílias na agricultura familiar que devem ser assistidas por não terem condições de tratarem da praga sozinhas.
As reuniões, realizadas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), debateram os meios de identificação da lagarta e os métodos que serão utilizados para combatê-la. Dentre eles, o manejo integrado de pragas, que é o uso conjunto de métodos de controle, com inseticidas que foram liberados em caráter emergencial pelo Ministério, e o uso do controle biológico, com a utilização de fungos, bactérias e parasitoides, além do manejo da cultura para reduzir a população da lagarta.
Está a cargo da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr) o levantamento em todo o estado para identificar a incidência da Helicoverpa armigera. A Embrapa dará apoio à Agência com capacitações e treinamentos dos técnicos que irão atuar no monitoramento e combate. A partir da identificação das características da lagarta e a localização exata de sua incidência será possível estabelecer as melhores estratégias de manejo.
Segundo a pesquisadora da Embrapa Roraima, Elisângela Fidelis, a detecção da lagarta nas lavouras deve ser feita por meio de monitoramento frequente e uma vez detectada os produtores devem adotar o manejo integrado com uso conjunto de técnicas, como controle químico, com rotação de produtos, controle biológico com uso de baculovírus, Bacillus thuringiensis e o parasitoide de ovos Trichogramma
A primeira suspeita do foco da praga no estado ocorreu no início do ano em uma plantação de feijão-caupi. Pesquisadores e analistas da Embrapa, a pedido dos agricultores, visitaram as propriedades afetadas. As lagartas coletadas foram enviadas para Unicamp para identificação via DNA. Então foi confirmado que se tratava da Helicoverpa armigena. A identificação desta lagarta em campo é difícil, pois ela se assemelha muito com outras espécies como Helicovepa zea e Heliothis virescens.
“Essa lagarta é muito generalista. Ela ataca várias espécies de interesse econômico, como soja, algodão, feijão, milho e tomate. Além disso, tem elevada capacidade de reprodução e sobrevivência; potencial de desenvolvimento de resistência a inseticidas; alta capacidade de dispersão dos indivíduos voadores (mariposas) e de adaptação a diferentes ambientes, climas e sistemas de cultivo, por isso é tão perigosa”, diz, Elisângela.
A pesquisadora recomenda ainda que os agricultores que ainda não tiveram as lavouras atacadas que façam o acompanhamento e o monitoramento das plantações, buscando informações e mantendo contato com a Embrapa.
Helicoverpa armigera - A Helicoverpa armigera é uma lagarta com alto poder de destruição e de dispersão, atacando mais de uma centena de diferentes espécies de plantas, incluindo culturas agrícolas de interesse comercial como soja, milho, algodão, feijão e tomate.
É considerada uma praga exótica regulamentada como quarentenária ausente. Pragas deste tipo, além de não presentes no país, são consideradas de alto risco como potenciais causadoras de danos econômicos. Ainda não se sabe como a H. armigera chegou ao Brasil. O foco das pesquisas da Embrapa tem sido na identificação da praga a partir de análises morfológicas e de DNA (já realizada) e na proposição de medidas de controle e práticas de manejo eficientes. Um grupo de pesquisadores da empresa já está elaborando um arranjo para realização de pesquisas com esta praga.
Em abril deste ano, uma equipe de 30 entomologistas da Embrapa reuniu-se com representantes de produtores e instituições ligadas ao setor produtivo. Foi quando elaboraram o documento “Ações Emergenciais propostas pela Embrapa para o manejo integrado de Helicoverpa spp”. entregue ao Mapa. Esse documento sugeria a formação do GT, hoje instituído e incumbido de elaborar o programa nacional de controle de lagartas e de mosca-branca. O documento pode ser acessado por meio do endereço eletrônico.
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