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Domingo - 28 de Novembro de 2010 às 20:57
Por: Ronaldo Couto

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O asfalto de 40 centímetros não tinha 15 centímetros de espessuraO maior desvio de dinheiro público acontecia nas obras de pavimentação asfáltica executada pela empreiteira Silgran, uma das investigadas da operação Atlântida que apura crimes em fraudes e superfaturamento de obras no Vale do Araguaia. De acordo com o processo, que o site Olhar Direto teve acesso com exclusividade, às licitações eram montadas com restrições que ao final tinham como vencedora a empreiteira Silgran de Barra do Garças, pertencente ao empresário Antônio Cesara Silveira, um dos investigados na operação.

Numa perícia técnica supervisionada pela Polícia Federal (PF), juntamente com técnicos da Controladoria Geral da União (CGU), confirmou os indícios na subexecução de terraplanagem na base e sub-base bastante inferiores àquelas declaradas no projeto permitindo o desvio imediato dos valores não empregados. Exemplo: O asfalto era declarado de 40 centímetros, mas não tinha 15 centímetros de espessura.

A subexecução acabava escondida dos fiscais Caixa Econômica Federal (CEF) em razão da rapidez com que as obras eram executadas, de forma que as medições eram feitas apenas quando o pavimento já estava pronto. A fraude causou indignação no delegado Eder Magalhães que classificou o asfalto de ‘asfalto sonrisal’ aquele que derrete na chuva.

O maior lucro obtido pela Silgran deve estar em Barra do Garças onde ela atua há mais de 10 anos principalmente na administração do prefeito Wanderlei Farias.

A PF aprendeu computadores e livros contábeis da Silgran. Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeira (COAF), a pedido da PF, detectou uma série muito grande de saques em dinheiro da empresa e dos sócios-proprietários principalmente de Cesara.

Os 26 investigados da operação Atlântida, entre empreiteiros, servidores da Sinfra, da CEF e das prefeituras aguardam em liberdade a conclusão do inquérito que deve acontecer no máximo em 20 dias, segundo o delegado Tomas Vianna, de Barra do Garças. Ele está auxiliando a delegada Luciane Alves e Eder Magalhães na operação.

Cogita-se que a declaração do contador de um dos empreiteiros dizendo que havia um esquema de propina de 20% para o prefeito Wanderlei Farias e o deputado federal Welinton Fagundes nas obras executadas pelo empreiteiro Jacomini pode desencadear uma segunda edição de Atlântida.

Fagundes e Farias através de seus advogados negam qualquer vantagem em propina e prometem processar o contador cujo nome está sendo preservado até mesmo para segurança dele.






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