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Peru entrega presidência da Unasul após crise no Paraguai e Venezuela
O Peru entregará nesta sexta-feira ao Suriname a presidência temporária da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) após um ano de avanços na consolidação institucional e na integração da organização, mas que também foi marcado por conflitos políticos em vários de seus países membros.
O Suriname sediará a 7ª cúpula de chefes de Estado e de governo da Unasul, durante a qual o Peru apresentará aos governantes presentes um relatório sobre os resultados de sua presidência, orientada a "consolidar a institucionalidade" do bloco, disseram à agência EFE fontes da chancelaria do país.
O Peru recebeu antecipadamente a liderança temporária do bloco em uma reunião extraordinária de chefes de Estado da Unasul realizada em Mendoza, na Argentina, em 29 de junho de 2012, em função da crise política no Paraguai causada pela destituição do presidente Fernando Lugo.
A cassação de Lugo em um julgamento político no Parlamento motivou a suspensão do Paraguai do Mercosul e da Unasul.
A primeira incumbência recebida pelo Peru foi a criação de uma comissão de acompanhamento da situação no Paraguai, que incluiu a observação das eleições presidenciais de abril, vencidas por Horacio Cartes.
A Unasul deu por concluída no último dia 15 de agosto, após a posse de Cartes, a suspensão aplicada ao Paraguai.
"Participamos da maneira mais construtiva e mais ativa na reincorporação do Paraguai" ao organismo, disseram à Agência Efe fontes da Chancelaria peruana, que expressaram sua satisfação pois "hoje a Unasul está outra vez integrada por seus membros fundadores"
A presidência peruana da Unasul também buscou avançar na consolidação do organismo por meio de doze conselhos setoriais, em áreas como saúde, defesa, recursos naturais e economia.
Neste período, também foi criado o Conselho Eleitoral e enviadas missões para acompanhar a votação em vários países membros.
Além disso, de acordo com as fontes da chancelaria, o Peru impulsionou a "afirmação da cidadania sul-americana", com a qual se pretende que a "circulação dos cidadãos de nossos países seja cada vez mais fácil" por meio de acordos migratórios e reconhecimento de diplomas.
Em relação aos avanços na integração, as fontes da chancelaria assinalaram que foram aprovados 31 projetos de infraestrutura, "que vão ser desenvolvidos progressivamente para continuar o processo de conectividade da região sul-americana".
Os funcionários do Ministério das Relações Exteriores peruano disseram ainda que se avançou muito na "negociação de um acordo entre os países de Unasul para estabelecer um mecanismo conjunto de arbitragem para solução de conflitos de caráter comercial e de investimentos".
Além disso, de acordo com chancelaria peruana, os países da Unasul se comprometeram a transformar a América do Sul em uma "zona de paz".
Durante a presidência peruana também foram realizadas as eleições na Venezuela, vencidas por Nicolás Maduro, sucessor político de Hugo Chávez, em um processo marcado por denúncias da oposição sobre fraudes e violentos enfrentamentos nas ruas.
Os chefes de Estado de Unasul se reuniram de urgência em Lima dias depois das eleições venezuelanas de abril e concordaram em apoiar a escolha de Maduro. Além disso, pediram que todos os membros da organização respeitassem os resultados da votação.
Em uma recente visita ao Peru para pedir uma auditoria nas eleições venezuelanas, o opositor Henrique Capriles afirmou que as instâncias internacionais se transformaram em "clubes de chefes de Estado" e não são mais organismos de "representação de nossos povos".
A Unasul é composta por 12 países: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.
Fonte:
EFE
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