Acusado pelo contador de uma das empresas envolvidas no suposto esquema de fraudes em licitações de receber propina, o deputado reeleito Wellington Fagundes (PR) nega as declarações feitas à PF
Declarações de contador devem ser rechaçadas, diz defesa de deputado
Acusado pelo contador de uma das empresas envolvidas no suposto esquema de fraudes em licitações de receber propina, o deputado federal reeleito Wellington Fagundes (PR) nega as declarações feitas à Polícia Federal. Por meio de nota, sua assessoria jurídica informou que não existe qualquer indício de envolvimento do parlamentar no caso e, por isso, as declarações devem ser rechaçadas.
O escândalo veio à tona durante a Operação Atlântida, deflagrada na última sexta (19), quando 26 pessoas foram presas, entre elas servidores públicos e empresários que formariam um verdadeiro cartel de licitações na região do Vale do Araguaia. Para garantir delação premiada, o contador declarou, em seu depoimento, que o deputado, juntamente com o prefeito de Barra do Garças, Wanderlei Farias (PR), recebiam 20% de propina de cada contrato firmado. Segundo ele, além de articular a liberação de recursos, Wellington usava de sua influência junto às prefeituras para garantir o benefício das empresas nos processos licitatórios.
De acordo com o assessor jurídico do deputado, Anderson Angelo de Oliveira, no depoimento o contador diz apenas ter “notícias” de uma suposta participação do Wellington. Diante da situação, a defesa afirma que está tomando as providências para acioná-lo judicialmente. Ele ainda ressalta que a atitude poder ser uma manobra adotada para dificultar o esclarecimento dos fatos. “Infelizmente, é corriqueira em nosso país a tentativa de envolver nomes de parlamentares na investigação de esquemas fraudulentos com o único objetivo de dificultar a elucidação dos fatos, já que, por força de foro privilegiado, um parlamentar federal somente pode ser processado pelo Supremo Tribunal Federal”, destacou.
Eis, abaixo, a íntegra da nota encaminhada pela defesa de Wellington:
"Em atenção às notícias veiculadas pela imprensa sobre a operação Atlântida, esclarecemos que:
Não há qualquer interceptação, documento ou nenhum tipo de prova que possa envolver o deputado federal Wellington Fagundes nos fatos que estão sendo apurados, o que inclusive foi reconhecido pelos delegados responsáveis pelas investigações em todas as declarações públicas que "até o momento não há indícios de participação de políticos."
A imprensa tem noticiado os fatos baseada unicamente na declaração do contador, que merece ser categoricamente rechaçada já que sequer trouxe ou apontou um único indício que insere o deputado federal Wellington Fagundes no contexto da operação deflagrada pela Polícia Federal. Em seu depoimento, ele diz apenas ter “notícias” de uma suposta participação do parlamentar e já estamos tomando as medidas cabíveis para que o contador seja acionado judicialmente.
A população mato-grossense conhece o deputado federal Wellington Fagundes há mais de 20 anos e sabe da lisura de sua conduta como parlamentar, sempre pautada pela seriedade, honestidade e legalidade.
Infelizmente, é corriqueira em nosso País a tentativa de envolver nomes de parlamentares na investigação de esquemas fraudulentos com o único objetivo de dificultar a elucidação dos fatos (já que, por força de foro privilegiado, um parlamentar federal somente pode ser processado pelo Supremo Tribunal Federal, o que implica na remessa dos procedimentos ao STF), além de desfocar o objetivo das investigações e, principalmente, por interesses políticos escusos, macular a imagem de homens públicos de bem.
Confirma-se, assim, que o deputado federal Wellington Fagundes não tem e nunca teve qualquer proximidade com os fatos investigados pela operação Atlântida e coloca-se à inteira disposição da Polícia Federal, do Ministério Público, da imprensa e, especialmente, da população de Mato Grosso para quaisquer esclarecimentos."
Anderson Angelo de Oliveira
Assessor jurídico do deputado federal Wellington Fagundes
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