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Nacional
Sexta - 26 de Novembro de 2010 às 10:15

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Em 2009, 5,8% da população brasileira passou fome por não ter recursos suficientes para comprar comida. O número, apesar de representar uma melhora em relação aos 8,2% de 2004, significa que 11,2 milhões de pessoas viviam em situação de insegurança alimentar grave no país, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Cerca de um milhão delas eram crianças de 0 a 4 anos.

O conceito de insegurança alimentar grave usado na pesquisa indica que a falta de recursos para comprar alimentos é tão crítica em um domicílio que acaba afetando até as crianças, que sofrem uma ruptura nos padrões de alimentação ou até a redução da quantidade de alimentos consumidos. Também ocorre quando algum indivíduo da família, seja ele criança ou não, fica o dia inteiro sem comer por falta de dinheiro.

No total, apenas 65,8% dos brasileiros foram considerados em segurança alimentar, ou seja, sem preocupações com o acesso regular e permanente a alimentos de qualidade em quantidade suficiente. Outros 20,9% apresentaram insegurança alimentar leve, o que significa que ou eles ficaram com medo de que a comida acabasse antes de terem dinheiro para comprar mais ou tiveram uma alimentação de pior qualidade como forma de garantir o abastecimento na quantidade necessária.

Já a insegurança alimentar moderada atingiu 7,4% da população. Ela está presente quando a falta de recursos leva a uma ruptura nos padrões alimentares e/ou a uma redução na quantidade de alimentos consumidos por adultos.

Para obter os resultados, o IBGE aplicou um questionário com 14 perguntas aos domicílios entrevistados para a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Os moradores eram requisitados a responder às questões com base na experiência dos três meses anteriores à pesquisa.

Apesar de indicarem que o direito à alimentação adequada, previsto na Constituição, ainda não é integralmente respeitado no país, os dados revelam uma melhora em relação a 2004, data da realização da primeira edição da pesquisa. Naquele ano, apenas 60,1% da população estava em segurança alimentar _ 5,7 pontos percentuais abaixo do patamar de 2009. Nos Estados Unidos, que realiza pesquisa semelhante, 85,3% dos domicílios estão em segurança alimentar.

Segundo o IBGE, a melhora é explicada pela elevação da ocupação, pelo aumento real do salário mínimo e pela expansão de programas sociais como o Bolsa Família. Ela ocorreu principalmente no Nordeste, que, apesar disso, continuava com o pior resultado.

O Maranhão e o Piauí eram os Estados com a situação mais crítica. Nesses locais, os domicílios com acesso regular e permanente a alimentos de qualidade não representavam nem a metade do total.






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