O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse nesta quinta-feira que a principal meta das operações policiais em curso no Estado é controlar o território dominado por traficantes de drogas.
"É importante prender, recolher drogas e munição, mas é mais importante tirar o território (...). Não há outra solução que não retirar território", afirmou Beltrame em uma coletiva de imprensa.
Algumas horas antes, cerca de 400 policiais haviam participado de uma operação na Vila Cruzeiro, favela no bairro da Penha (zona norte do Rio) e um dos principais redutos da facção criminosa Comando Vermelho.
Ao fim da operação, imagens gravadas de um helicóptero mostraram cerca de 200 homens armados fugindo para uma favela vizinha, o morro do Alemão.
Na operação, os policiais contaram com seis veículos blindados da Marinha e outros seis da PM.
Beltrame agradeceu o apoio da Marinha e afirmou que, em operações futuras, os blindados se farão necessários novamente.
Ele disse ainda que a polícia não deixará a comunidade, embora ainda não planeje instalar lá uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).
Segundo o governo do Rio, por ter reduzido a área de atuação de traficantes, a instalação de UPPs em várias favelas estaria por trás da onda de violência na cidade.
De acordo com Beltrame, 300 oficiais da Polícia Federal estavam à disposição das forças do Estado para enfrentar criminosos.
Ele afirmou que as ações policiais devem continuar na sexta-feira.
Incêndios e escolas fechadas
Nesta quinta-feira, o Rio enfrentou o quinto dia seguido de confrontos violentos entre criminosos e policiais.
Ao menos 54 veículos foram incendiados na cidade e na Baixada Fluminense. O governo diz que os incêndios, bem como vários arrastões ocorridos desde o domingo, são respostas dos traficantes à implantação das UPPs.
Desde domingo, os ataques que ocorrem na cidade já deixaram 30 mortos, 11 deles nesta quinta-feira, segundo a CBN. Pelo menos 22 vítimas seriam criminosos mortos em choques com a polícia.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, 17 escolas e 12 creches foram fechadas nesta quinta-feira, a maioria na zona norte, segundo a Agência Brasil.
Com isso, mais de 12 mil alunos ficaram sem aulas. Outras quatro escolas estaduais tiveram suas atividades suspensas, também na zona norte.
Com os ataques no Rio, o serviço Disque-Denúncia registrou somente nesta quinta-feira 853 ligações, um recorde de denúncias cadastradas em um único dia, de acordo com a Agência Brasil.
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