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Polícia Brasil
Quinta - 25 de Novembro de 2010 às 23:36

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O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, juntamente com o chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski, e o Comandante-Geral da Polícia Militar, o coronel Mário Sérgio Britto Duarte, negaram nesta quinta-feira a união entre as faccções criminosas rivais Comando Vermelho e Amigo dos Amigos (ADA) para promover uma onda de ataques na cidade. Turnowski afirmou que um acordo entre os criminosos seria "suicídio" para uma das facções.

"Temos dados de inteligência que essa união é um suicídio para uma das facções, é entregar território para a outra. Não vai se concretizar. Se se concretizar, é suicídio para uma delas", afirmou o chefe de polícia. Um texto que celebraria o acordo estaria circulando por diversas favelas controladas pelos grupos.

De acordo com Beltrame, desavenças históricas impedem que a união ocorra. Segundo ele, a divergência é insuperável: "O Comando Vermelho matou representantes da ADA dentro de Benfica (presídio de Benfica). Pode haver essa conversa, mas quando uma facção deixa de precisar uma da outra eles se matam e um vai querer o negócio do outro".

 

Até esta quinta-feira, 32 pessoas foram mortas na onda de violência.

Violência
Os ataques tiveram início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis abordaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha, na altura da rodovia Washington Luis. Eles assaltaram os donos dos veículos e incendiaram dois destes carros, abandonando o terceiro. Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer) que andava em velocidade reduzida devido a uma pane mecânica. A quadrilha chegou a arremessar uma granada contra o utilitário Doblò. O ocupante do veículo, o sargento da Aeronáutica Renato Fernandes da Silva, conseguiu escapar ileso. A partir de então, os ataques se multiplicaram.

Na segunda-feira, cartas divulgadas pela imprensa levantaram a hipótese de que o ataque teria sido orquestrado por líderes de facções criminosas que estão no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. O governo do Rio afirmou que há informações dos serviços de inteligência que levam a crer no plano de ataque, mas que não há nada confirmado. Na terça, a polícia anunciou que todo o efetivo foi colocado nas ruas para combater os ataques e foi pedido o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para fiscalizar as estradas. Foram registrados 12 presos, três detidos e três mortos.

Na quarta-feira, com o policiamento reforçado e as operações nas favelas, 15 pessoas morreram em confronto com os agentes de segurança, 31 foram presas e dois policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) se feriram, no dia mais violento até então. Entre as vítimas dos confrontos, está uma adolescente de 14 anos, que morreu após ser baleada nas costas. Além disso, 15 carros, duas vans, sete ônibus e um caminhão foram queimados no Estado.

Ainda na quarta-feira, o governo do Estado transferiu oito presidiários do Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio, para o Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. Eles são acusados de liderar a onda de ataques. Outra medida para tentar conter a violência foi anunciada pelo Ministério da Defesa: o Rio terá o apoio logístico da Marinha para reforçar as ações de combate aos criminosos. Até quarta-feira, 23 pessoas foram mortas, 159 foram presas ou detidas e 37 veículos foram incendiados no Estado.





Fonte: Terra

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