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Economia
Quinta - 25 de Novembro de 2010 às 20:17

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O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que as decisões do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) de reduzir o ritmo de alta dos juros em julho e de encerrar o ciclo de aperto monetário em setembro foram tomadas em um cenário em que já sabia que havia problemas no sistema bancário em relação à venda de carteiras de crédito.

O BC não sabia na época, no entanto, qual era o tamanho do problema e nem que ele estava restrito ao banco PanAmericano, o que só foi descoberto em outubro, quando foi revelada uma fraude de R$ 2,5 bilhões nessa instituição.

"O Banco Central tinha a informação já para o Copom de julho de que existia um problema, mas não sabia a dimensão nem quantas instituições estavam envolvidas", afirmou. "Mas sabia que havia um risco potencial e que, portanto, era um risco importante para as condições de crédito futuras, dependendo de como fosse equacionado e dimensionado o problema."

Meirelles afirmou que esse fato não era de conhecimento do mercado, apenas do BC. Para ele, isso explica parte das contestações dos economistas em relação a essas decisões do Copom, que foram tomadas pouco antes das eleições.

Segundo Meirelles, desde a crise de 2008, modelos para definição dos juros devem levar em consideração as condições de crédito, que podem funcionar como instrumento de aperto monetário em caso de problemas no sistema financeiro.

"Não entenderam completamente qual foi uma das razões que o BC levou em conta para sua tomada de decisão naquele momento. Esse fator não poderia ser divulgado, mas não poderia ser deixado de levar em conta."

O presidente do BC participou hoje do encontro com economistas do mercado financeiro que é realizado antes da divulgação dos relatórios trimestrais de inflação.






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