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Economia
Quinta - 29 de Agosto de 2013 às 20:18
Por: Edgard Matsuki

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Depois do apagão que aconteceu em nove Estados do Nordeste nesta quarta-feira (28), o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, convocou uma reunião de extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para tratar do assunto nesta quinta-feira (29). Conforme estabelecido na regulação do setor, o ONS (Operador Nacional do Sistema) realizará reunião, na próxima segunda-feira (2), com todos os agentes envolvidos para elaborar o Relatório de Análise de Perturbação que será entregue a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e ao CMSE. Não foram dados mais detalhes sobre o conteúdo da reunião.


 
Sob portas fechadas, a reunião durou cerca de duas horas e analisou o caso. Nenhum dos participantes se pronunciou sobre o que aconteceu no encontro, que contou a presença de representantes da Aneel, Eletrobras e das empresas responsáveis pelo desligamento. De acordo com o ministério, Lobão recomendou à Aneel rigorosa fiscalização sobre a ocorrência, visando apurar as falhas verificadas.


 
Por meio de nota, o Ministério de Minas e Energia informou que o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, explicou ao ministro que o apagão foi provocado pelo desligamento automático de duas linhas de transmissão que interligam os sistemas Sudeste/Centro-Oeste com o Nordeste, localizadas entre as subestações Ribeiro Gonçalves e São João do Piauí, no interior do estado do Piauí. No local, foram identificados focos de queimadas, entre as estruturas das torres 412 a 416.


 
Apagão


 
O blecaute de ontem ocorreu a partir das 15h03 e afetou quase todos os Estados do Nordeste, segundo a Chesf, que é responsável pelo fornecimento de energia na região, com exceção do Maranhão.


 
Em nota divulgada ontem, o ministério informou que a energia foi "praticamente restabelecida" nas capitais duas horas e meia depois, segundo o Ministério de Minas e Energia.


 
O apagão desencadeou diversos problemas pela região, como arrastões em Salvador, falta de luz em hospital em Maceió e engarrafamentos provocados pela falta de semáforos.


 
Histórico dos apagões


 
No ano passado, em 22 de setembro, um apagão atingiu oito dos nove Estados do Nordeste. A causa foi um incêndio na subestação de Imperatriz (MA).


 
No dia 2 de outubro, outro apagão deixou cinco Estados das regiões Sudeste e Centro-Oeste no escuro. A falha teria ocorrido em um dos transformadores de aterramento de uma subestação da usina hidrelétrica de Furnas, em Minas Gerais.


 
Em 26 de outubro novo blecaute, desta vez atingindo onze Estados das regiões Norte e Nordeste do país. A causa do apagão foi novamente um incêndio em equipamento entre as subestações de Colinas (TO) e Imperatriz (MA).


 
No dia 15 de dezembro, uma falha na usina hidrelétrica Itumbiara, localizada na divisa de Goiás com Minas Gerais, foi responsável por um apagão que atingiu 15 Estados e deixou cerca de 3,5 milhões de pessoas sem energia. A hidrelétrica é de propriedade da Eletrobras Furnas.


 
O problema teria sido provocado por um raio que atingiu a linha de transmissão, automaticamente desligada pelos disjuntores da subestação. Algumas das turbinas da usina teriam parado de funcionar, e o sistema de segurança desligou os geradores, cortando o fornecimento de energia.


 
Levantamento feito pela Empresa de Pesquisa Energética em novembro do ano passado apontou que o setor elétrico teria de investir R$ 268,8 bilhões até 2021 para evitar o risco de apagões. Para atender à demanda futura, o país precisaria gastar cerca de R$ 213 bilhões na construção de 65,4 mil MW em usinas (algo como seis hidrelétricas de Belo Monte). Além disso, o país vai precisar aplicar R$ 55,8 bilhões na construção de 47,7 mil quilômetros de linhas de transmissão no território nacional --o mesmo que instalar oito linhões de transmissão de energia ligando o Oiapoque (AP) ao Chuí (RS). (Com agências)




Fonte: Do UOL

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