Atlântida: PF conclui inquérito em um mês
A Polícia Federal informou ontem que irá concluir o inquérito que originou a “Operação Atlântida” em 30 dias. A delegada Luciane Alves, responsável pelas investigações do esquema de fraudes em licitações e desvio de verbas federais na região do Vale do Araguaia, disse, por meio de assessoria de imprensa, que terá mais tempo para analisar as provas apreendidas e os depoimentos prestados na ocasião da deflagração da operação.
Na terça-feira passada, a juíza Vanessa Curti Perenha Gasques, da 3ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso, não acatou o pedido de prorrogação de 26 mandados de prisão temporária cumpridos na sexta-feira passada. Caso os mandados fossem prorrogados, o prazo para a PF concluir o inquérito seria de cinco dias.
Embora a Controladoria Geral da União (CGU), em trabalho conjunto com a PF, tenha estimado que o grupo formado por empresários, engenheiros e servidores públicos desviou mais de R$ 38 milhões, a Polícia Federal prefere não adiantar quantas pessoas serão indiciadas.
A delegada Luciane Alves reforçou que aproveitará a extensão do prazo para "robustecer" o relatório final as provas que serão incluídas no relatório final.
A operação Atlântida culminou no cumprimento de 26 mandados de prisão temporária, 35 mandados de busca e apreensão e nove mandados de condução coercitiva e no sequestro dos bens de 33 investigados, sendo 26 pessoas físicas e sete jurídicas. Além disso, foram apreendidos computadores e documentos, além de U$ 42 mil e R$ 34 mil. A nova etapa da investigação, segundo a PF, será o cruzamento de dados e depoimentos dos acusados que já estão em liberdade.
As investigações para desarticular o grupo, formado por empresários, empreiteiros, engenheiros, servidores públicos e membros de comissões de licitações municipais, começaram em fevereiro deste ano. As empresas contavam com apoio das comissões para vencer as licitações e facilitar o desvio de recursos liberados pela União. A maioria das obras era de engenharia e pavimentação asfáltica na região leste do Estado.
“Todas as licitações eram fraudadas para favorecer empresas A ou B. O grupo tinha a conivência dos servidores públicos que já sabiam quem seria a empresa vencedora. Tudo era combinado e direcionado, inclusive os valores”, ressaltou, acrescentando que além das fraudes as empresas ainda não cumpriam com o projeto aprovado pelo Governo Federal. “Nem 30% do que estava previsto era executado e quando executado apresentava irregularidades graves”, disse o delegado Eder Magalhães, responsável pela Operação, em entrevista coletiva na sexta-feira passada em Barra do Garças.
Comentários