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Quarta - 24 de Novembro de 2010 às 13:19
Por: Ronaldo Couto

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Um diálogo entre ex-secretário de Obras de Barra do Garças César Magrini e o supervisor da Caixa Econômica Federal em Cuiabá, Maurício Carvalho, torna evidente a manipulação de projetos para a construção de casas populares no município tendo suposto respaldo da própria CEF.

Magrini, que é dono da empreiteira Hidroleste, teria oferecido vantagem indevida, conforme revelam as escutas telefônicas, de R$ 60 mil pelo “serviço”. “Foi possível extrair fundados indícios que de Cesar Natal Magrini concorreu para o crime de frustração/fraude no caráter competitivo do procedimento licitatório”, consta do trecho do inquérito ao qual o Olhar Direto teve acesso com exclusividade.

Contudo, a Hidroleste, de Magrini, desistiu da concorrência e sagrou-se vencedora a empresa Assecon, de Luiz Antônio Jacomini, um dos investigados. As supostas fraudes se referem às licitações de nº 05/2010 para pavimentação asfáltica, além da 001/2010, para a construção de casas populares em Canarana, e da 04/2009, para construção de casas populares.

O ex-secretário é apontado nas investigações como um dos coordenadores do esquema que fraudava licitações e superfaturava obras nos municípios de Barra do Garças, Pontal do Araguaia, Ribeirãozinho, Novo São Joaquim e Canarana, desmantelado pela Operação Atlântida na última sexta-feira (19).

Magrini e os demais investigados foram soltos na madrugada nesta quarta (24) pela Justiça Federal de Cuiabá, mas continuam com os bens bloqueados. Ao todo, 26 são investigados e nove empresas são envolvidas. A suspeita é que o esquema tenha causado um rombo de R$ 38 milhões.

A investigação pode chegar à classe política. Em depoimento a PF, o contador de um dos empreiteiros investigados, cuja identidade está sendo preservada, declarou ter ouvido dos sócios das empresas que 20% do valor das obras do empreiteiro Luiz Jacomini eram devolvidas em propinas para o prefeito Wanderlei Farias e deputado federal Wellington Fagundes, ambos do PR. O parlamentar negou qualquer recebimento de propina. Farias não se manifestou sobre o assunto.

Confira abaixo o documento:


 






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