Escândalos derrubam 7 na Sinfra

Nos últimos seis meses, sete ocupantes de cargos estratégicos na secretaria estadual de Infraestrutura, hoje sob Arnaldo Alves de Souza Neto, caíram por causa de escândalos. O maior deles envolve o ex-secretário Vilceu Marchetti, ex-prefeito de Primavera do Leste. Investigações da polícia apontam que Vilceu foi o principal mentor de um grupo de 12 pessoas que superfaturaram em R$ 44 milhões as licitações na compra de máquinas pesadas que foram doadas pelo Estado às prefeituras. Por isso, está sendo enquadrado por fraude em licitação, corrupção passiva e formação de quadrilha. Vilceu pode até ter prisão decreta.

No mesmo inquérito em que o ex-secretário é indiciado, foram incriminados também dois ocupantes de cargos DAS da Infraestrutura: Valter Antônio Sampaio, então superintendente de Manutenção e Operação de Rodovias, e Suzy Gonçalina, que respondia como chefe de gabinete de Vilceu. Os três foram exonerados em maio, assim que "explodiu" o escândalo do maquinário, uma bomba do governo Blairo Maggi que respingou na gestão do sucessor Silval Barbosa, governador reeleito.

Em um outro escândalo, desta vez por causa de conluio entre membros da equipe da Sinfra, empreiteiros, engenheiros, servidores municipais e ex-secretários para fraudar e direcionar licitações, mais quatro foram demitidos da secretaria. Edson Luiz Raia era superintendente de Habitação e "caiu" esta semana, após ser preso pela Polícia Federal junto com outras 25 pessoas na operação Atlântida. Da pasta conduzida por Arnaldo foram para a cadeia, onde ficaram detidos por três dias, João Marques Fontes, desligado do cargo de coordenador de Licitação; Adriano Francisco de Araújo, coordenador financeiro; e Ana Catarina de Souza Silva, que era gerente na superintendência de Vias Urbanas.

O governador Silval se mostra preocupado com as irregularidades que têm surgido na administração. Embora Arnaldo não tenha nenhum envolvimento com os escândalos, ele já decidiu tirá-lo da Sinfra e remanejá-lo para a pasta do Planejamento. Por causa do pleito do PR, que conquistou a maior bancada na Assembleia, com 6 cadeiras, Silval pretende entregar o comando da Infraestrutura para o deputado reeleito Sebastião Rezende. Este, por sua vez, se mostrava empolgado com essa possibilidade de trocar o Legislativo por cargo no Executivo mas, diante das denúncias, não está mais tão animado para integrar o primeiro escalão da administração estadual.