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Quarta - 24 de Novembro de 2010 às 06:57
Por: Jean Campos

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Equipamentos adquiridos pelo governo do Estado com sobrepreço foram distribuídos em 141 municípios em fevereiro passado
Equipamentos adquiridos pelo governo do Estado com sobrepreço foram distribuídos em 141 municípios em fevereiro passado

A Delegacia Fazendária encaminhou ao Ministério Público Estadual pedido de prisão contra onze pessoas envolvidas no superfaturamento de R$ 44 milhões nos maquinários do programa “MT 100% Equipado”, todas indiciadas pelos crimes de fraude em licitação, corrupção passiva e formação de quadrilha. Entre os pedidos consta um de prisão preventiva contra o ex-secretário de Estado de Infraestrutura, Vilceu Marchetti, que, segundo as investigações, organizou o grupo que cometeu os crimes, montou a licitação, entrou em contato com os empresários que mais tarde venceram o certame e cobrou vantagem em dinheiro. A informação consta no inquérito sigiloso ao qual o Diário teve acesso.

O secretário, que se afastou do cargo após a confirmação do superfaturamento pela Auditoria Geral do Estado (AGE), é chamado no inquérito de “chefe do bando que surrupiou” dinheiro público nas licitações.

A promotora Ana Cristina Bardusco, da Promotoria de Defesa da Administração Pública e da Ordem Tributária, recebeu, na semana passada, o inquérito policial que confirmou a fraude no processo de licitação. Entretanto, ela ainda não se manifestou sobre os pedidos de prisão preventiva e temporária e tampouco sobre oferecimento de denúncia.

Pesa contra o ex-superintendente de Manutenção e Operação de Rodovias da Sinfra, Valter Antônio Sampaio, um pedido de prisão preventiva. Conforme relata a Delegacia Fazendária no inquérito, ele teria adulterado documentos para tentar justificar os preços dos equipamentos, além de tentar dificultar o trabalho de investigação da polícia.

A Delegacia Fazendária também expediu nove pedidos de prisão temporária contra empresários ou representantes das empresas que venderam os equipamentos ao Estado: Otávio Conselvan (Auto Sueco), Silvio Scalabrin (M.Diesel), Harry Klein (Torino), Rui Denardim (M. Diesel), Rodnei Vicente Macedo (Grupo Rodobens S/A), José Renato Nucci (Tork Sul), Valmir Dias Amorim (Dymak), Ricardo Lemos Fontes (Grupo Cotril) e Marcelo Fontes Correa Meyer (Tecnoeste).

A única pessoa entre os indiciados que não teve pedido de prisão expedido foi a ex-chefe de gabinete da Sinfra, Suzy Gonçalina Queiroz. “Não atuou nas compras diretamente, mas servia cegamente a Vilceu. Sua contribuição é secundária, mas não deixa de ter importância sobretudo na conduta de lavagem de dinheiro”, consta no documento.

O relatório final dos delegados Alana Cardoso, Rogério Atílio Modeli e Lusia Fátima Machado, que trabalham no caso, tem 110 laudas. Antes de encaminhar o documento ao Ministério Público, a Delegacia Fazendária ouviu 46 pessoas e juntou nos autos uma série de documentos que totalizam mais de cinco mil páginas.

Procurada pela reportagem, a promotora Ana Cristina Bardusco preferiu não se manifestar se encaminharia ao juiz José Arimatéia Neves da Costa, da Vara de Crimes Contra a Ordem Pública, pedidos de prisão contra os onze acusados.

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Waldir Teis, requisitou ontem cópia do inquérito à Delegacia Fazendária. O pedido foi deferido pelo juiz José Arimatéia. A assessoria de imprensa do TCE informou que o conselheiro requereu os documentos por ser relator das contas da Secretaria de Administração.






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