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Internacional
Segunda - 22 de Novembro de 2010 às 22:08

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O primeiro-ministro irlandês, Brian Cowen, anunciou nesta segunda-feira que convocará eleições gerais somente após a votação do Orçamento do país, em meio a turbulências políticas e econômicas em Dublin e pressão da oposição.

O anúncio ocorre depois de o país aceitar um pacote de resgate financeiro da União Europeia e do FMI, que devem emprestar quantia estimada em 90 bilhões de euros (R$ 211 bilhões) a Dublin.

O objetivo é diminuir o deficit orçamentário irlandês para 3% do PIB até 2014.

Como resposta ao pacote de resgate, os principais partidos da oposição passaram a pedir eleições antecipadas.

"O que precisamos agora são eleições gerais imediatas, para que um novo governo, com uma maioria parlamentar clara, possa preparar o plano econômico de quatro anos, completar negociações com a União Europeia e o FMI e definir o orçamento de 2011", disse o líder do partido oposicionista Fine Gael, Enda Kenny.

Já o líder trabalhista, Eamon Gilmore, disse ser "essencial que tenhamos um novo governo eleito o mais rápido possível".

ORÇAMENTO

O governo deve revelar um novo Orçamento para o ano que vem em 7 de dezembro, com cortes de 4,5 bilhões de euros e aumento de impostos no valor de 1,5 bilhão de euros.

Os duros acertos orçamentários foram exigidos pela União Europeia e o FMI para que o país recebesse a liberação da ajuda financeira.

Cowen resistiu às pressões para renunciar imediatamente e disse nesta segunda-feira que é vital para o futuro econômico do país que as eleições ocorram depois de o Orçamento ser aprovado e de os detalhes do pacote de resgate serem definidos.

Ele se recusou a dar uma data exata para a dissolução do Parlamento e a convocação do novo pleito.

"TRAÍDAS"

Mais cedo na segunda-feira, o Partido Verde, parceiro menor da coalizão de governo da Irlanda, havia proposto que a administração convocasse eleições gerais do país em janeiro.

John Gormley, líder dos verdes, disse que o eleitorado irlandês precisaria de "certeza política" após o anúncio de que o país vai receber ajuda financeira.

Com seis parlamentares, o partido é o fiel da balança do governo do premiê Brian Cowen, que possui uma maioria de apenas três assentos.

"A semana passada foi traumática para o eleitorado irlandês, as pessoas se sentiram traídas e enganadas", disse John Gormley por meio de um comunicado.

"Mas chegamos a um ponto no qual o povo irlandês necessita de certezas políticas para os guiarem durante os dois próximos meses", completou.

CRISE

O correspondente da BBC em Dublin, Mark Simpson, disse que a turbulência econômica gerou uma crise política.

O governo irlandês será o segundo país, após a Grécia, a receber um empréstimo da UE e do FMI para combater os efeitos da crise.

O pedido de ajuda financeira é uma reviravolta para o governo irlandês, que no início da semana passada afirmara que o empréstimo era desnecessário.

O país tem gastado cerca de 19 bilhões de euros (R$ 45 bilhões) a mais do que arrecada, e os seus bancos também precisam de uma grande injeção de dinheiro.






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