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Cidades/Geral
Segunda - 22 de Novembro de 2010 às 10:50

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As queimadas durante o período de estiagem em 2010 destruíram propriedades inteiras de produtores rurais em Mato Grosso. Agora, cerca de 2 meses depois dos principais incêndios, os trabalhos se concentram na recuperação das áreas.

Mato Grosso teve cerca de 18 mil focos de queimada em setembro deste ano. No mesmo período do ano passado, esse número não passou dos 2 mil. Uma das regiões mais afetadas pelos incêndios foi Peixoto de Azevedo, no norte do estado. Dos 11 assentamentos localizados no município, 9 foram queimados.

Nas terras do agricultor Elias Honório de Jesus, do assentamento União do Norte em Peixoto de Azevedo, morreram 7 dos 11 animais e as plantações de maracujá e de abacaxi foram perdidas. “O fogo veio muito rápido e não deu pra livrar nada. Não tinha condições nem se tivesse muito perto. Foi muito violento”, disse o agricultor Marconi João da Mota.

A equipe de reportagem conversou também com o agricultor Leônidas Xavier dos Santos e com o filho dele, o também agricultor Leandro Xavier dos Santos. “Ficamos com um balde jogando água e foi onde conseguimos defender. Você luta por um objetivo. Eu não consigo falar”, emocionou-se Leandro.

As chuvas mudaram a paisagem do Assentamento Leão do Norte, em Peixoto de Azevedo. Nos lugares por onde o fogo passou há dois meses e transformou tudo em cinzas, o verde começa a ressurgir em tom de esperança para aqueles que dependem da terra para o sustento da família.

Ao caminhar pelo assentamento o que se vê é um intenso movimento de reconstrução. “Tem que continuar. O sujeito pagando aluguel não dá. Então, tem que trabalhar para recuperar tudo de novo”, disse seu Leônidas. O seu Leônidas e o filho Leandro erguem os palanques e amarram o arame para cercar os animais que restaram na fazenda. Na época da seca, a família teve de vender a maior parte da criação porque o pasto foi todo queimado. “O boi que a gente ia abater vendendo por cerca de R$ 1,2 mil, vendemos por R$ 700 e vamos comprar bezerro hoje por R$ 600. Mas dos males o menor”, disse Leandro.

O sítio do seu Elias continua com a porteira fechada e praticamente abandonado. Ele contou que está morando na vila do assentamento. Sem trabalho e dinheiro, explicou que não tem condições de reconstruir a propriedade. Assim como o seu Elias, 120 famílias não conseguiram retornar às propriedades atingidas pelo fogo. Elas permanecem no assentamento, mas na casa de parentes.






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