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Economia
Quarta - 17 de Novembro de 2010 às 20:16

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Em seminário sobre inclusão financeira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou pessoas que aparecem nos jornais com grandes dívidas e que "quase quebraram".

Lula falava sobre o impacto do microcrédito na vida de pessoas mais pobres, quando fez uma comparação com aqueles que devem valores mais elevados.

"Quantas pessoas precisam apenas de 50 [reais] para dar o primeiro passo. E quantas vezes a gente vê nos jornais pessoas que tiveram acesso a bilhões e bilhões e não geraram emprego e quase quebraram. E nós fomos obrigados a correr atrás do prejuízo" disse Lula.

Antes, Lula já havia dito que os melhores pagadores são os mais pobres e que, "na alta roda, quanto mais deve, mais chique é."

Em nenhum momento de seu discurso, feito na maior parte de improviso, o presidente se referiu à fraude de R$ 2,5 bilhões no banco Panamericano descoberta pelo Banco Central. Lula também deixou o seminário sem falar com a imprensa.

Na semana passada, o Grupo Silvio Santos entregou seus bens como garantia por um empréstimo com recursos do setor privado (sem dinheiro do governo) nesse mesmo valor.

PANAMERICANO

O Grupo Silvio Santos, o acionista principal do PanAmericano, anunciou que colocará R$ 2,5 bilhões no banco para cobrir um prejuízo causado por uma fraude contábil. Em seu comunicado oficial, a diretoria do banco menciona "inconsistências contábeis". O dinheiro virá de empréstimo do FGC (Fundo Garantidor de Créditos).

O BC descobriu que o PanAmericano vendeu carteiras de crédito para outras instituições financeiras, mas continuou contabilizando esses recursos como parte do seu patrimônio. O problema foi detectado há poucos meses e houve uma negociação para evitar a quebra da instituição, já que o rombo era bilionário.

A quebra só foi evitada após o Grupo Silvio Santos assumir integralmente a responsabilidade pelo problema e oferecer os seus bens para conseguir um empréstimo nesse valor junto ao FGC. Como o fundo é uma entidade privada, não houve utilização de recursos públicos. Além disso, a Caixa Econômica Federal, que também faz parte do bloco de controle, não terá de arcar com a perda.

A Polícia Federal informou que instaurou, nesta sexta-feira, inquérito policial para apurar a eventual prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. O Ministério Público Federal informou que também vai investigar as transações do banco.






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