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Tecnologia
Quarta - 17 de Novembro de 2010 às 07:06

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Uma máquina que poderá redefinir a maneira como o usuário lida com a web daqui para frente. Pelo menos é como metade dos presidentes de companhias online, dos veteranos BlackBerry ao Yahoo!, definem o calouro do mundo virtual, o Facebook. O CEO da empresa, Mark Zuckerberg, bastante sutil, para não dizer humilde, encerrou a segunda noite do Web 2.0 Summit, em São Francisco, na Califórnia, na madrugada desta quarta-feira, horário de Brasília. E deixou uma certeza no ar: a web ainda é um território não explorado.

Um pouco espalhafatoso, bem à moda Zuckerberg, o garoto fundador da companhia online vista com mais bons olhos atualmente, o Facebook, foi logo bombardeado com uma série de perguntas que iam das novas pretensões da rede social às velhas questões de privacidade.

O assunto do momento é a nova função Facebook Messages, que, ao mesmo tempo que cria um e-mail para o membro da rede social, integra uma dezena de serviços dentro de uma única página. Se isso é uma ideia inovadora? Como lembra a presidente do Yahoo! Carol Bartz, a sua companhia nasceu, no meio dos anos 90, com esse objetivo. Mas, como a recente história do universo online, a empresa de Bartz foi pouco a pouco sendo "engolida" por outras iniciativas.

A questão é que o Facebook não brinca em serviço. Mesmo. A razão para que três de cada três companhias online levantem as orelhas quando o brinquedo de Zuckerberg anuncia um lançamento é porque sua empresa alia, hoje, dois pilares básicos para uma explosão de medo entre os concorrentes: uma enorme plataforma de usuários e personalidade. E, aqui, os louros vão todos para o empresário "celebridade" Mark Zuckerberg. "No Facebook, nós temos cinco frases que nos motivam diariamente e nos fazem lembrar da nossa missão. Duas delas são: corra e seja ousado", declarou.

A ousadia do americano vai além da frase de efeito. Ao explicar a intenção do novo e-mail, ele fala que a ideia surgiu ao conversar com as amigas e com os parentes de sua namorada, em um final de semana. De acordo com ele, quando ele perguntava sobre que e-mail usavam e o que achavam do serviço, as respostas variaram de "Gmail", a "Yahoo!", a "Hotmail". No entanto, todas elas eram seguidas pelo mesmo complemento: "eles são lentos".

Ele, então, decidiu criar uma ferramenta para correio online que não era bem assim um "e-mail" convencional. A intenção do CEO ao integrar este serviço ao Facebook era tornar o "e-mail" uma comunicação informal. Estranho, à primeira vista, mas faz sentido. "Facilita para muita gente enviar mensagens como "oi, mãe, eu estou chegando em casa sem ter que enfrentar toda a burocracia e lentidão de uma caixa convencional de e-mail para uma mensagem tão... informal", concluiu. Vindo de Zucherberg, não se podia esperar nada menos do que isso.

É lógico, também, que, criada a nova função, um velho companheiro voltou para tirar o sono do fundador do Facebook: o problema da privacidade. Quem terá acesso aos e-mails? Só os amigos? Só os amigos dos amigos? Um usuário aleatório poderia ver o e-mail de outro e encher sua caixa de entrada com e-mails sem sentido? Mais uma vez ele joga, inteligentemente, a responsabilidade para o usuário. "Ser amigo significa compartilhar coisas, mas a informação é sua. A minha preocupação, que é a mesma dos usuários, é se as minhas informações estarão seguras", compartilhou.

Pode parecer vago, um pouco escorregadio, da parte de Zuckerberg. Mas a intenção, segundo ele mesmo, é dar mais poder ao usuário, aquele velho "user control" de que tanto se fala na internet, mas que muito pouco se é capaz de aplicar. É, no final das contas, o próprio usuário quem deve possuir a responsabilidade das informações que dizem respeito a ele e aos seus amigos. "São discussões como esta que mantêm a graça de fazer parte de uma rede social como o Facebook", brinca o CEO.

Para além das brincadeiras, o Facebook, como Zuckerberg planeja, é a plataforma online mais completa e mais bem executada no sentido de servir de base para uma série de . Não são poucos os dados que contribuem para esta afirmação. Em pouco tempo de existência, segundo o CEO, o sistema de armazenamento de fotos da rede social já é o mais importante da internet de todo o planeta. Também há uma série de iniciativas, dentro do QG da empresa, no sentido de aplicativos que possam ser usados na educação de pessoas. Em outras palavras, ele quer tornar o "negócio" da educação social.

Zuckerberg parece claramente um peixe fora d"água. Da maneira desajeitada de se expressar ao modo tímido e megalomaníaco de responder as perguntas, tudo se torna mais palpável quando ele mostra a ideia que o norteia. "A internet é um campo aberto, muito pouco explorado. É preciso arriscar, o espaço aqui é livre. Não é necessário roubar o espaço de nenhum outra companhia", afirmou. Para ele, o Facebook precisa ser uma máquina infalível e impossível de parar. E, por enquanto, é exatamente isso que ele tem conseguido criar.





Fonte: Terra

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