Caixa terá poder de vetar venda do PanAmericano, diz presidente
A Caixa Econômica Federal terá poder de veto sobre a venda da parte do banco PanAmericano, que pertence hoje ao Grupo Silvio Santos. A participação no banco é uma das garantias dadas pelo atual controlador para obter o empréstimo de R$ 2,5 bilhões para sanear a instituição.
Como a Caixa comprou 49% do capital votante da instituição (se comprasse mais o PanAmericano se tornaria estatal), o comprador terá a maior parte das ações.
A presidente da Caixa, Maria Fernanda Coelho, afirmou que o acordo de acionistas prevê que todas as decisões tomadas pelo conselho de administração do banco privado, inclusive uma alteração societária, sejam de comum acordo entre as partes.
Maria Fernanda disse que, até o momento, não foi comunicada sobre interessados no negócio.
A Caixa entrou na última sexta-feira com uma interpelação extrajudicial para ouvir as empresas responsáveis pela auditoria no PanAmericano, que não detectaram a fraude, descoberta posteriormente pelo Banco Central. Espera agora uma resposta antes de tomar outras medidas.
COMPRADOR
Pelo menos dois bancos de investimento, focados no negócio de fusão e aquisição, já estão procurando um comprador para o PanAmericano, que tem como parceira estratégica a Caixa.
Saneado, a participação do Grupo Silvio Santos no banco valeria pelo menos R$ 1,5 bilhão, segundo o próprio empresário e apresentador.
Os bancos intermediadores seriam o Itaú BBA e o Pactual, que participaram, em 2007, da abertura de capital do PanAmericano. Procurados, ambos informaram que não comentam rumores de mercado.
Focado nas classes C e D, a operação do PanAmericano interessa especialmente ao Bradesco, que ficou para trás na consolidação do setor no país após as fusões entre Santander e Real e também de Itaú e Unibanco em 2007 e 2008. O Bradesco também nega a informação.
Hoje, o mercado chegou a especular sobre a possível entrada do mineiro BMG, líder disparado no mercado de crédito com desconto em folha. Em nota, o BMG não confirma a informação. "A instituição reitera ainda que sequer possui informações sobre os números desse banco."
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