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Agronegócios
Quinta - 29 de Agosto de 2013 às 03:42

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A produção global de ração deve crescer entre 1% e 2% este ano, influenciada pelo bom desempenho de segmentos de bovinos de leite e aquacultura, projetou nesta quarta-feira, 28, o presidente da Federação Internacional da Indústria de Ração (Ifif, na sigla em inglês), Mario Cutait, nos bastidores do Salão Internacional de Avicultura, em São Paulo.


 
Segundo Cutait, a expectativa é de crescimento do setor de proteína animal, o que puxaria a demanda por ração. "Temos certeza de que vamos produzir mais. Agora o que precisamos é de avanços em questões regulatórias", salientou. "Nós estamos fazendo um trabalho de harmonização regulatória global, e precisamos de uma participação maior do Brasil."


 
Segundo ele, os custos de produção estão mais favoráveis do que em anos anteriores. "Os preços do milho e da soja aparentemente estão se acalmando", destacou. Para Cutait, é muito cedo para avaliar se a valorização recente dos grãos, por causa do clima seco e quente em regiões produtoras dos Estados Unidos, representa uma mudança de tendência. "Ninguém toma decisão de estratégia em virtude da mudança de nível de preço de uma semana ou de um mês", assinalou. "O que se pode dizer é que hoje temos um cenário melhor de preços e custos para o setor de ração." Contudo, a indústria de proteína ainda deve demorar para se recuperar totalmente dos prejuízos dos últimos dois anos com a elevação dos preços das commodities.


 
Sobre o câmbio, ele destacou que as consequências da valorização do dólar ante as principais moedas ainda são incertas. "Temos que esperar estabilizar isso, por enquanto há muita turbulência, é difícil ver quem é mais afetado em termos de países e ingredientes", afirmou. "O que nos preocupa muito é a inflação dos alimentos, porque muitos países estão com seu poder aquisitivo cortado."


 
Na avaliação de Cutait, o cenário de demanda até o fim do ano é favorável. "A gente vê a Europa e os EUA se estabilizando, e a China com crescimento menor, mas crescendo", assinalou. "A América Latina também cresce."


 
Para o coordenador de inteligência de mercado da Associação das Indústrias de Alimentação Animal da América Latina e do Caribe (FeedLatina), Marcel Joineau, o mercado de ração latino-americano tem uma base interna de consumo forte, o que deve compensar em parte a frágil retomada do crescimento global. "Este ano não deve ser muito diferente do ano passado. Projetamos um crescimento de 1% até 3%, dependendo da economia como um todo", apontou. De acordo com a Feedlatina, em 2012, a produção de ração da América Latina (incluindo dados de México, Caribe, Américas Central e do Sul) totalizou 138 milhões de toneladas.


 
Conforme Joineau, o México deve reduzir a produção de frangos este ano e importar mais, mas essa demanda pode ser atendida em parte pelo Brasil. Ele salientou, ainda, que as tendências de crescimento populacional e aumento do poder aquisitivo em mercados emergentes são benéficas para a indústria de ração latino-americana. "A América Latina tem de se preparar cada vez mais para externar essa produção e atender ao aumento de demanda mundial."



Regulação


 
Durante o painel Regulatórios de Insumos para Rações, realizado na manhã desta quarta-feira foram debatidas legislações para insumos e rações no Brasil e na América Latina. A diretora executiva da Feedlatina, Flavia Ferreira de Castro, ressaltou a importância da participação da indústria latino-americana do Programa Feed and Food Seguro Latinoamerica. Ela assinalou que a harmonização de procedimentos regulatórios entre os países da região é fundamental para aumentar o fluxo de comércio.





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