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Internacional
Segunda - 15 de Novembro de 2010 às 15:59

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Uma facção política que vinha desafiando o primeiro-ministro Silvio Berlusconi abandonou definitivamente o governo conservador na segunda-feira, aumentando as chances de eleições antecipadas na Itália.
O ministro de Assuntos Europeus, Andrea Ronchi, o vice-ministro da Indústria, Adolfo Urso, e dois subsecretários ligados ao presidente da Câmara, Gianfranco Fini, apresentaram seu pedido de demissão.

"Todos nós concordamos hoje que precisamos passar a uma nova fase na centro-direita italiana", disse Urso, um dos coordenadores do partido Futuro e Liberdade para a Itália (FLI), criado por Fini após o rompimento com Berlusconi, em junho.

As demissões não afetam imediatamente a governabilidade, mas ilustram a profundidade da crise, que há meses absorve as atenções e as energias do governo.

O ministro do Bem-Estar, Maurizio Sacconi, leal a Berlusconi, disse que "a traição (do grupo de Fini) começou".

Uma das possibilidades agora abertas é a convocação de uma eleição antecipada, provavelmente no primeiro semestre de 2011, ou então que o presidente Giorgio Napolitano nomeie um governo interino para administrar o país até o final da atual legislatura, em 2013.

Napolitano deve se reunir na terça-feira com Fini e com o presidente do Senado, Renato Schifani, para discutir o complicado cronograma parlamentar. Berlusconi, cuja popularidade está em baixa, disse que pretende se submeter a um voto de confiança no Parlamento depois da aprovação do orçamento para 2011 - algo que deve ocorrer até meados de dezembro.

Ainda na segunda-feira, o bilionário premiê se reunirá com Umberto Bossi, seu mais importante aliado, para discutir as futuras táticas.

Fini rompeu com Berlusconi acusando-o de corrupção, e intensificou suas críticas em meio ao escândalo envolvendo o primeiro-ministro com uma stripper marroquina adolescente.

A crise política ocorre num momento particularmente delicado na zona do euro, em que as preocupações envolvendo a Irlanda ameaçam contagiar outros países.

A Itália, com uma dívida pública equivalente a quase 120 por cento do seu PIB, até agora tem evitado turbulências econômicas como as da Irlanda ou da Grécia, mas políticos de todos os matizes estão cientes dos riscos de um prolongado impasse político para os mercados.

Até agora, no entanto, os investidores têm se tranquilizado com o empenho do governo em conter o déficit público, e há consenso sobre a importância de aprovar o orçamento de 2011 no mês que vem, antes de qualquer decisão sobre antecipar ou não as eleições.

As pesquisas sugerem que Berlusconi conseguiria um novo mandato, mas perderia o controle do Senado, o que reduziria sua liberdade de ação e provavelmente abriria as portas para uma nova crise política mais adiante.





Fonte: Reuters

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