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Sexta - 12 de Novembro de 2010 às 08:13
Por: Vanessa Sulina

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João Miguel Júnior/Globo
Flávio Gikovate e Marcello Antony em cena de Passione
Flávio Gikovate e Marcello Antony em cena de Passione

O intrigante personagem Gerson (Marcello Antony), de Passione (Globo), vem apresentando melhora significativa depois que resolveu procurar um psiquiatra para tentar superar os males que "atormentam" seus pensamentos. Esse mistério causa curiosidade no telespectador, que ainda não sabe qual é o misterioso segredo.

Diferentemente do que ocorre nos folhetins, o médico que trata o personagem na trama é um psiquiatra real, que tem um consultório em São Paulo, faz programa de rádio e dá palestras em todo o Brasil: Flávio Gikovate.

Por conta da participação de Gikovate na novela, nesta semana, um jornal levantou a polêmica de que Gikovate estaria infringindo o Código de Ética Médica, que proíbe consultar, diagnosticar ou prescrever medicamentos em qualquer meio de comunicação de massa.

A reportagem do R7 resolveu procurar os envolvidos nesta história.

A Associação Brasileira de Psiquiatria afirmou que não há registro na instituição de nenhuma queixa contra Flávio Gikovate. O órgão ainda declarou que, diferentemente do que já foi publicado, a participação do médico na TV não é pauta da diretoria da associação.

A assessoria de imprensa do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) também disse à reportagem que não há nenhuma queixa contra o médico no conselho, mas admitiu que as cenas do médico no folhetim estão sendo avaliadas pelo órgão para saber se, em algum momento, poderiam infringir o Código de Ética Médica.

Autor de Passione diz que polêmica é invenção

Em conversa exclusiva com o R7, o autor de Passione, Silvio de Abreu, afirmou que a participação de Gikovate trouxe credibilidade a um problema de ficção e saiu em defesa do médico.

- Doutor Flávio não está infringindo nenhum Código de Ética Médica. Ele está fazendo terapia em um personagem de ficção e não em um paciente real. Como sempre, a vontade de criar o fato é que faz toda a confusão.

Especialista em teledramaturgia da USP (Universidade de São Paulo), Claudino Mayer defende o personagem real no mundo da ficção.

- [Por ser tratado por um médico de verdade] As pessoas vão acreditar mais no problema do Gerson. E, ali, o Flávio está prestando um serviço como ator e não como médico, uma vez que ele segue um roteiro, que já está estabelecido pelo autor, Silvio de Abreu.

Apesar de a polêmica misturar fantasia e realidade, o autor de Passione disse que não teve esta ousadia. Ele revelou os motivos que o fizeram chamar Gikovate para o papel.

- Além de ser um excelente psiquiatra, ele já teve programas de televisão, o que lhe possibilita um bom entrosamento com a câmera.

Com o nome no centro desse furacão, o psiquiatra Flávio Gikovate diz nem ter tomado conhecimento da polêmica. O médico, que ajuda Abreu a criar os textos de seu personagem, afirmou que não vê problemas em atuar na TV. Para Gikovate, isso ajuda a acabar com alguns mitos preconceituosos que os brasileiros têm em relação à psiquiatria.

- Achei o projeto útil e produtivo, pois seria uma oportunidade de mostrar, ainda que de forma incompleta, como funciona a intimidade terapêutica em uma versão um pouco mais realista, dado que não sou um ator e sim um profissional que atua de forma consistente e sistemática há 44 anos. Achei a tarefa dificílima, mas desafiadora.





Fonte: do R7

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