Justiça aceita denúncia contra professora que mantinha relacionamento com aluna
O Tribunal de Justiça do Rio informou nesta quinta-feira que o juiz Alberto Salomão Junior, da 2ª Vara Criminal de Bangu (zona oeste), aceitou esta semana a denúncia do Ministério Público contra a professora de matemática Cristiane Barreiras, 33, presa há duas semanas sob suspeita de manter relacionamento com uma aluna de 13 anos. A docente é acusada de estupro de vulnerável e corrupção de menor.
Com isso, foi aberto processo contra a professora. O juiz, no entanto, decidiu não abrir processo contra o ex-diretor da escola onde as duas se conheceram. O professor, Celso Luiz Santos Gomes, que também havia sido indiciado sob suspeita dos mesmos crimes, não foi denunciado e teve o inquérito policial arquivado.
"É uma vitória da Justiça, um alívio. Você não sabe o peso que saiu das minhas costas", disse o professor ontem. Ele afirmou que tentava encontrar, esta semana, um advogado da área criminal na Defensoria Pública.
Na tarde desta quarta-feira (10), a advogada da professora, Vanuce Barros, afirmou que entrou com um pedido de habeas corpus no Fórum de Bangu solicitando a liberdade de sua cliente. Segundo a advogada, a prisão da docente foi ilegal porque ocorreu dentro dos cinco dias que antecedem o período eleitoral.
"Se esse pedido não for acatado, entraremos com pedido de liberdade provisória com documento de alegações preliminares onde constam nomes de testemunhas que serão ouvidas oportunamente no processo", disse.
Além de tentar soltá-la da prisão, a advogada pretende recorrer da decisão da prefeitura, que publicou no "Diário Oficial" de terça (9) o afastamento da professora, que estava em estágio probatório.
A prefeitura não esclareceu, porém, se a professora, ainda não condenada pela Justiça, teve direito a se defender. O governo municipal diz que ela foi condenada com base na "gravidade dos fatos descritos no processo administrativo e o dano à imagem da prefeitura".
O Estado, onde ela também dava aulas, a afastou das salas (como havia feito anteriormente a prefeitura) e abriu uma sindicância para apurar os fatos.
A docente foi presa no último dia 27, na zona oeste do Rio. Ela foi detida após a denúncia da mãe da aluna, que relatou à polícia que a filha estava desaparecida havia dois dias. Estudante e professora teriam passado os dias num motel. Cristiane dava aulas para a menina em uma escola municipal de Realengo (zona oeste).
"Também vou analisar os documentos de afastamento da rede de ensino público da minha cliente e ver a possibilidade de recorrer contra essa decisão", disse a advogada.
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