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Economia
Quinta - 11 de Novembro de 2010 às 15:10

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O empresário Eike Batista não descartou interesse em adquirir ativos de Silvio Santos. Entre eles, a participação no banco PanAmericano e até o SBT.

Quando questionado se poderia realizar uma oferta por uma das empresas do grupo SS, Eike respondeu: "A gente olha tudo". "O que dá para arbitrar e fazer melhor, a gente olha", afirmou o empresário.

"Eu jamais entraria para competir com a Ambev ou o Submarino. O Brasil tem áreas de excelência que competem com qualquer player mundial. Mas o Brasil tem um outro lado, que é o Brasil ineficiente. Então tudo que é ineficiente no Brasil a gente enxerga um espaço gigante", disse.

O empresário afirmou ainda que seria interessante ter um canal de televisão neste momento, já que anunciou sua entrada na área de entretenimento e esporte.

Nesta semana foi anunciada a criação da IMGX, parceria do empresário brasileiro com a IMG, comandada por outro bilionário, o americano Ted Forstmann.

Eike ressaltou que essa empresa tem planos de investir na construção de arenas multiuso pelo país, além do gerenciamento de carreiras de artistas e atletas, o que a IMG já faz no exterior.

O empresário confirmou que ainda estuda fazer IPO (lançamento de ações na bolsa, na sigla em inglês) da holding EBX.

SILVIO SANTOS

O Grupo Silvio Santos, o acionista principal do PanAmericano, anunciou que deve colocar R$ 2,5 bilhões no banco para cobrir um prejuízo causado por uma fraude contábil. Em seu comunicado oficial, a diretoria do banco menciona "inconsistências contábeis".

O BC descobriu que o PanAmericano vendeu carteiras de crédito para outras instituições financeiras, mas continuou contabilizando esses recursos como parte do seu patrimônio. O problema foi detectado há poucos meses e houve uma negociação para evitar a quebra da instituição, já que o rombo era bilionário.

A quebra só foi evitada após o Grupo Silvio Santos assumir integralmente a responsabilidade pelo problema e oferecer os seus bens para conseguir um empréstimo nesse valor junto ao Fundo Garantidor de Crédito. Como o fundo é uma entidade privada, não houve utilização de recursos públicos. Além disso, a Caixa Econômica Federal, que também faz parte do bloco de controle, não terá de arcar com a perda.

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles também detalhou hoje que os problemas no banco PanAmericano se referem a R$ 2,1 bilhões em relação a operações de crédito e outros R$ 400 milhões em recebíveis de cartões de crédito.

A diretoria de Fiscalização do BC calcula que, caso a liquidação do PanAmericano fosse declarada, o rombo atingiria R$ 900 milhões, já que o patrimônio atual da instituição financeira é avaliado em R$ 1,6 bilhão. Ou seja, seriam deduzidos da conta as irregularidades que somam R$ 2,5 bilhões, valor coberto pelo aporte do Grupo Silvio Santos.

Mais cedo, Meirelles destacou o fato de que não houve uso do dinheiro público para resolver os problemas financeiros do banco PanAmericano.

"Foi solucionado o problema sem o uso de um centavo público. Foi preservado o patrimônio dos acionistas minoritários, da Caixa Econômica Federal, e dos depositantes do banco. O Banco Central seguiu todas as normas legais de prazos, agiu a tempo e na hora. Não tem similaridade com o Proer", afirmou ele, fazendo referência ao programa brasileiro dos anos 1990 de socorro a bancos.

CONSUMO POPULAR

O banco PanAmericano é, no jargão do mercado, uma "financeira", uma empresa focada no fornecimento de crédito para o consumo popular. Até junho deste ano, instituição possuía uma carteira de empréstimos de R$ 10,9 bilhões, bem como uma base de 12,3 milhões de cartões de crédito emitidos.

A carteira de clientes alcançava 16,9 milhões de cadastros, sendo 2,1 milhões de "ativos" (com empréstimos em aberto). O Panamericano contava ainda com uma estrutura de 203 pontos de venda (até o primeiro semestre de ano), além de aproximadamente 20 mil parceiros comerciais, distribuídos por 85% do território nacional --a maior parte (52%) na região Sudeste e Sul (11%).

O balanço financeiro mais recente mostra que o banco amargou um prejuízo de R$ 20,9 milhões no segundo trimestre, ante um lucro de R$ 51 milhões um ano antes.






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