Consumidor brasileiro paga por protecionismo, diz presidente da Renault-Nissan
Os consumidores brasileiros pagam caro pelos altos impostos e pelo protecionismo no setor automotivo, disse Carlos Ghosn, presidente da Renault-Nissan. A avaliação foi feita pelo executivo nesta quarta-feira, na HSM ExpoManagement, feira de negócios realizada em São Paulo.
A tributação elevada é uma das "fraquezas" do Brasil, disse Ghosn, destacando que um carro modelo Logan custa no mercado local o dobro do vendido na Romênia. "E a margem (de lucro) no mercado brasileiro é menor que na Romênia", completou.
Outro ponto abordado pelo executivo foi a importância do investimento em infraestrutura para que um país sustente seu crescimento.
Ghosn disse que é justamente a decisão da China de investir pesado nessa área que faz com que a empresa esteja "preparada" para intensificar a presença no país asiático.
"Somos otimistas em relação ao Brasil, que certamente vai crescer muito nos próximos 10 anos. Mas, entre os BRICs (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China), a China chama a atenção pela decisão de investir em infraestrutura", disse.
OLHAR PARA O FUTURO
Ghosn falou também sobre a importância de que os empresários brasileiros "se preparem para o futuro."
O executivo destacou que, depois de um período -- mesmo longo -- de crescimento econômico, há uma estabilização quando se chega à maturidade.
Ghosn ressaltou que os empreendedores não devem se concentrar exclusivamente no mercado doméstico, mas observar também o que se passa em outros países, inclusive da América Latina.
"Hoje, há muitos mercados", disse. "Meu conselho é: aproveitem o bom momento da economia para se preparar para o que vem depois", completou.
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