O delegado Raphael Souza Werling de Oliveira explicou ao G1 que os pais da criança, que vivem em Araquari (SC), acionaram os bombeiros quando a menina começou a passar mal no dia 2. Eles teriam dito à equipe de resgate que a criança se engasgou com um biscoito. O estado da criança era tão grave que ela foi transferida de helicóptero para um hospital em Joinville.
“Os bombeiros viram que a menina havia vomitado e tinha uma substância meio amarelada na boca. Pelo histórico da família e por resquícios no local de material usado para o consumo de crack, eles comunicaram a delegacia sobre o caso”, disse o delegado.
Os pais e três testemunhas que estariam na casa no momento em que o bebê passou mal foram chamados para depor. De acordo com o delegado, as testemunhas teriam afirmado que todos no local consumiram entorpecente.
“Uma pessoa confirmou no seu depoimento que a menina havia ingerido uma pedra de crack, mas não tínhamos a prova técnica. Acionei o Instituto Geral de Perícias para que coletasse material da menina e fizesse a análise laboratorial para verificar a presença de alguma substância entorpecente. O laudo deu positivo para a presença de cocaína”, disse Oliveira.
Segundo o delegado, a menina possivelmente deglutiu uma pedra de crack, já que a substância é um subproduto da cocaína. “A menina teria pegado [a pedra] por um descuido dos pais. Mas como os pais têm o dever legal de proteger os filhos menores, a investigação concluiu que houve uma omissão. Eles vão responder pelo que acontecer com a menina.”
No inquérito, que foi concluído nesta terça-feira (9), os pais são indiciados por lesão corporal grave. Eles vão responder em liberdade. O documento será encaminhado ao Ministério Público pelo delegado ainda nesta terça.
A Justiça também vai analisar quem ficará responsável pela guarda da criança.
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