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Economia
Terça - 09 de Novembro de 2010 às 12:50

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Pressionados pelo clima e a consequente alta das commodities, os alimentos ditaram os rumos da inflação em 2010. A alta acumulada de 6,59% de janeiro a outubro representou um impacto de mais de um terço (34%) no IPCA do ano (4,38%), com contribuição de 1,48 ponto percentual.

"Os alimentos determinaram praticamente sozinhos o desenho, o perfil, da inflação em 2010", disse Eulina Nunes dos Santos.

Em outubro, os alimentos subiram 1,89%, a maior taxa para tal mês do ano desde 2002 e também a mais alta desde junho de 2008.

Após três meses de deflação, entre junho e agosto, o grupo alimentação voltou a ficar pressionado a partir de setembro com a nova rodada de alta das commodities especialmente do trigo, milho e soja.

"Neste ano, houve um problema de seca em escala mundial, que elevou os preços das comoodities", disse Nunes dos Santos.

Tamanha foi a alta dos grãos que ela foi suficiente para anular o efeito benéfico do câmbio, que ficou restrito apenas a alguns itens, como os produtos de limpeza (alta de 1,09% no ano, abaixo do IPCA acumulado de 4,38%).

Ainda por conta do clima e da quebra de safra em países produtores como a Rússia, a farinha de trigo e seus derivados também pressionaram o grupo alimentação em outubro. A farinha subiu 5,23%. O macarrão teve alta de 2%.

Já no caso do feijão, que acumula alta de 109,78% no ano e subiu 31,42% em outubro, a safra menor é responsável pelos reajustes.

Segundo Nunes, a demanda aquecida também proporcionou repasses mais intensos dos aumentos das commodities, cuja alta também elevou os preços de rações e indiretamente das carnes.

No acumulado do ano, as carnes foram os itens de maior pressão (alta de 14,56% e contribuição de 0,32 ponto percentual para o IPCA), ao lado dos colégios e do empregado doméstico --ambos também com peso de 0,32 ponto percentual no IPCA do ano.

Em outubro, as carnes subiram 3,48% e também lideraram o impacto no IPCA --0,08 ponto percentual.

"A renda aumentou e no mundo, inclusive no Brasil, as pessoas estão comendo mais carne. O país aumentou a exportação e a oferta interna está mais estreita", disse Nunes dos Santos.






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