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Educação/Vestibular
Terça - 09 de Novembro de 2010 às 06:05
Por: Carolina Holland

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A suspensão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pela Justiça Federal do Ceará não deve atrapalhar o calendário do próximo ano letivo da Universidade Federal de Mato Grosso, conforme informou a reitora da instituição, Maria Lúcia Cavalli Neder. O exame foi aplicado no último final de semana.

A decisão de suspender o Enem é de caráter liminar e vale para todo o país. A juíza federal Carla de Almeida Miranda Maia considerou que o erro na impressão das provas prejudicou as pessoas que fizeram o exame. Houve erro na montagem dos cadernos de prova amarelos, erros no cartão de resposta e perguntas repetidas. Cabe recurso da decisão.

Segundo a reitora, a suspensão do Enem não atrapalha o calendário porque as matrículas serão feitas em fevereiro. “Mesmo que haja outra prova, não acredito que vai atrasar o nosso calendário. Por enquanto, não há essa preocupação”, garantiu Maria Lúcia.

A reitora disse que vai aguardar o Ministério da Educação (MEC) recorrer da decisão e disse acreditar que, se houver outro exame, será apenas para as pessoas que receberam o caderno de provas com erros. “Os alunos que tiverem que fazer o Enem de novo não serão prejudicados porque o critério de elaboração das questões é um só”, ponderou. No ano passado, a UFMT foi muito criticada por alunos e professores secundaristas por utilizar a nota do Enem como única forma de ingresso à universidade.

Já os alunos que fizeram o exame no último final de semana receberam a notícia da suspensão da prova com surpresa e indignação. “É uma falta de respeito com o estudante”, disse Daniela Arruda de Oliveira, aluna do Instituto Federal de Educação (IFMT).

Para ela, o fato é mais grave ainda pelo tempo que o Ministério da Educação teve para preparar o exame. “Acho um absurdo porque (o MEC) teve o ano inteiro para preparar a prova e chega na hora vem com esse monte de erro”, declarou a estudante.

Para Rodolfo Sergi, aluno secundarista do Colégio Coração de Jesus, a suspensão frustra expectativas. “Estava ansioso e pronto para entrar na faculdade no próximo ano. Agora, não sei o que vai acontecer”, lamentou-se.

Os estudantes ouvidos pela reportagem disseram que foram avisados pelos fiscais do Enem de que havia “um pequeno erro” em algumas provas, mas que não era nada grave.

Esse é o segundo ano consecutivo em que o MEC tem problemas para realizar o Enem. Em 2009, o exame teve que ser cancelado e, depois remarcado porque a prova vazou. Por causa do incidente, milhões de estudantes desistiram de fazer o exame e o então presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais (Inep), Reynaldo Fernandes, pediu demissão do cargo.

Mesmo com os problemas apresentados por dois anos consecutivos na aplicação do exame, a reitora da UFMT rechaça a possibilidade de a UFMT desistir da adesão ao processo. “Esses problemas são contornáveis e não encobrem os benefícios do Sisu (Sistema de Seleção Unificada)”, afirmou.






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