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Internacional
Sábado - 06 de Novembro de 2010 às 13:34

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Oficiais dos serviços de inteligência da Arábia Saudita alertaram no começo de outubro os Estados Unidos de que o braço da rede terrorista Al Qaeda no Iêmen planejava ataques com um ou mais aviões. O alerta veio três semanas antes das autoridades europeias e americanas interceptarem pacotes suspeitos em aviões de carga da United Parcel Services (UPS) que partiram do país árabe com destino ao Reino Unido e EUA.

Os americanos interceptaram cargas contendo livros, papéis, CDs e outros itens inofensivos em um avião do Iêmen para Chicago, no que consideraram ser um teste para um ataque a bomba terrorista.

A notícia do alerta, divulgada por oficiais americanos e europeus, dá uma ideia mais clara do tipo de ataque que os EUA temem --que viria da mesma rede terrorista que tentou explodir um avião que sobrevoava Detroit no Natal passado.

George Little, porta-voz da CIA (agência de inteligência americana), afirmou que a dica foi apenas uma das diversas recebidas de "parceiros internacionais" nos últimos meses.

Foi uma dica da inteligência saudita em 28 de outubro que fez o governo americano lançar uma busca frenética em três aviões e um caminhão da UPS por bombas. No fim, duas cargas com explosivos, enviadas do Iêmen para mesquitas em Chicago, foram interceptadas no Reino Unido e Dubai.

Um dos objetos foi achado em uma aeronave de carga da empresa UPI no aeroporto de East Midlands, cerca de 260 km a norte de Londres. O pacote, contendo um cartucho de tinta de impressora modificado, foi enviado do Iêmen para Chicago, nos EUA, em voo com escala no Reino Unido.

O outro foi descoberto em uma instalação da FedEx Corp em Dubai. O pacote de Dubai foi levado para exames de laboratório para tentar determinar sua natureza, informa um comunicado da autoridade de aviação civil do país, segundo a agência de notícias estatal. A Qatar Airways confirmou que o pacote de Dubai foi transportado em um de seus voos de passageiros partindo da capital iemenita, Sanaa, com escala em Doha.

Esta dica, afirma o jornal "The New York Times", foi a terceira e a mais específica dos alertas feitos pela Arábia Saudita aos EUA, Alemanha e Reino Unido.

Em julho, afirma o jornal, houve um alerta geral de ataque contra os EUA ou a Europa.

Em 9 de outubro, o país alertou que a Al Qaeda na Península Árabe completara, quatro dias antes, o planejamento para ataque que usaria um ou dois aviões, possivelmente simultâneos. A dica dizia ainda que o ataque ocorreria dentro de uma ou duas semanas, mas não dava mais detalhes.

De qualquer forma, as autoridades ocidentais creditam ao alerta saudita a intercepção de um plano terrorista que poderia ter causado uma catástrofe.

REIVINDICAÇÃO

O braço da Al Qaeda no Iêmen reivindicou nesta sexta-feira a responsabilidade pelo envio de dois pacotes-bomba aos EUA em aviões de carga.

A rede terrorista também assumiu um atentado envolvendo um terceiro avião de carga da empresa UPS ocorrido em setembro, embora os Emirados Árabes Unidos tenham negado existência de provas de um ataque.

A Al Qaeda na Península Árabe divulgou um comunicado assumindo a responsabilidade pelo plano, e dizendo que continuará a combater os interesses americanos e ocidentais. O grupo disse especificamente que vai ter como alvo aviões civis e de cargas.

"Acertamos três golpes em seus aviões em um único ano. E se Deus quiser, vamos continuar atingindo os interesses dos americanos e de seus aliados", disse o grupo, em mensagem publicada em sites militantes.

As informações foram divulgadas pelo grupo de vigilância de sites islâmicos SITE nesta sexta-feira. De acordo com o SITE, a rede postou uma mensagem em fóruns na internet sobre a jihad e fez um apelo pelo envio de mais pacotes-bomba para "aumentar o círculo dos envios e incluir aeronaves civis do Ocidente, além de mais aviões de carga".

A autenticidade da afirmação não pode ser imediatamente verificada. Um representante da inteligência americana disse que as autoridades não estão surpresas com essa declaração agora. Uma autoridade americana, no entanto, disse que os EUA não podem confirmar no momento a participação do grupo no incidente de setembro.






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