2 ex-prefeitos são barrados; Clovis tenta impedir eleição suplementar
Com seis candidatos, devendo chegar a sete, os eleitores de Poconé vão voltar às urnas neste ano para a escolha do novo prefeito e, desta vez, não têm a oportunidade de votar nos dois candidatos mais votados nas eleições regulares de 2008, os ex-prefeitos Euclides Santos e Clovis Martins. O primeiro foi barrado pelo seu novo partido, o PSDB, que preferiu lançar o nome da vereadora Ornella Falcão. Já Clóvis, reeleito há dois anos, foi punido com a perda do mandato por crime eleitoral e teve também os direitos políticos cassado, portanto, está inelegível. A eleição está marcada para 5 de dezembro. A exclusão dos dois motivou as principais legendas a entrar no páreo e, por isso, há uma "inflação" de candidaturas. Foram registrados seis concorrentes e ainda existe o caso do PMDB, que briga internamente para escolher um dos três postulantes.
Clovis perdeu o "trono" por ter comprado votos e por abuso de poder econômico. Sua cassação levou o TRE a determinar uma nova eleição fora de época. Euclides, que já exerceu dois mandatos e perdeu para o petebista por uma diferença de 726 votos, era considerado favorito e o boicote a seu nome pela cúpula tucana ganhou repercussão estadual. Na bronca, principalmente com o velho aliado Wilson Santos, derrotado ao governo estadual neste ano, Euclides se desfiliou oficialmente do PSDB.
Clóvis não se dá por derrotado. Ele ingressou com uma medida cautelar junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no último dia 29. Pleiteia suspender a eleição suplementar. Em verdade, o recurso é contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral, que cassou o seu mandato. Se a eleição fora de época for realizada, os recursos ainda não foram apreciados pelo TSE perdem seu objeto, já que a intenção do petebista é tentar provar que não teve ligação com compra de votos e, assim, poder reassumir o comando do município.
De acordo o advogado contratado Ronan de Oliveira, a realização do pleito suplementar antes da apreciação dos recursos interpostos pelo ex-prefeito fere a própria Constituição Federal, já que a legislação assegura o direto a ampla defesa e o princípio do contraditório. Ele ainda ressalta que a defesa está confiante na suspensão do pleito, baseado no fato de que, em casos semelhantes, o TSE tem concedido liminar. A cautelar pode ser apreciada a qualquer momento pelo ministro-relator Hamilton Carvalho, que poderá proferir, em decisão monocrática, a suspensão ou não das eleições suplementares.
Enquanto isso, os candidatos começam a pedir votos. O prefeito em exercício Ney Rondon (PTB) busca a reeleição. A vice-prefeita cassada Nilce Mary Leite (PT) também está no páreo, assim como o presidente da Câmara, Rodemilson Gonçalo Barros (PDT), a vereadora Ornella (PSDB), o ex-vereador Pedro Fontes (PR) e o ex-secretário de Infraestrutura na gestão de Ney, Arlindo Márcio Morais, o Tico de Arlindo (PDT). O PMDB apresenta três opções, entre elas a candidatura do vereador Emir Lucas, o Arrepiado.
Comentários