Wilson (PSDB), Jaime (DEM) e Silval (PMDB) foram derrotados em seus redutos, na disputa presidencial
Líderes perdem em suas bases eleitorais no Estado
O segundo turno da disputa presidencial em Mato Grosso, onde o candidato derrotado José Serra (PSDB) superou Dilma Rousseff (PT), apontou situações curiosas. Alguns dos principais líderes políticos do Estado foram derrotados em suas próprias bases eleitorais. O tucano obteve 762.905 votos, o que representa 51,11%; a petista recebeu 729.747 votos (48,89%).
Em Cuiabá, Dilma ficou na frente, com 148.633 votos (50,78%); Serra teve 144.087 votos (49,22%). A vitória petista aponta que o "tucanato", que elegeu os últimos prefeitos da Capital, vem perdendo força perante o eleitorado cuiabano. Estiveram com Serra, políticos como Wilson Santos (ex-prefeito) Thelma de Oliveira (deputada federal) e Antero Paes de Barros (ex-senador), entre outros tucanos. Os três foram reprovados nas urnas, no primeiro turno.
Várzea Grande deu vitória para Dilma, que teve 74.019 votos (58,61%) contra 52.273 votos de Serra (41,39%). Esse resultado é encarado como um golpe no senador Jaime Campos (DEM), que coordenou a campanha do tucano em Mato Grosso.
Jaime tem na Cidade Industrial seu principal reduto eleitoral, onde foi prefeito por três vezes. A família Campos vem perdendo espaço e acumula duas derrotas contra o prefeito Murilo Domingos (PR), que apoiou Dilma.
A votação em Rondonópolis mostrou o prestigio do prefeito Zé do Pátio (PMDB), do senador eleito Blairo Maggi (PR) e do deputado federal Wellington Fagundes (PR). Lá, Dilma teve 51.765 votos (53,58%) e Serra ficou com 44.839 (46,42%). Saíram derrotados os tucanos da cidade, como o ex-governador Rogério Sales e o deputado estadual Percival Muniz (PPS), que estava na base aliada de Serra.
Em Sinop, o resultado revelou o poder político eleitoral do ex-prefeito e deputado federal eleito, Nilson Leitão (PSDB), contra o atual prefeito Juarez Costa (PMDB). Eles apoiaram, respectivamente, Serra, que teve 32.183 votos (59,49%) e Dilma com 21.913 votos (40,51%). A votação de Dilma na cidade, inclusive, foi alvo de crítica por parte do diretor-geral do DNIT, Luiz Antônio Pagot, que coordenou a campanha da petista no Estado.
A família Henry, dos irmãos Pedro Henry (PP), deputado federal, e Ricardo Henry (PP), ex-prefeito de Cáceres, mostrou força na cidade. Lá, Dilma conquistou 24.589 votos (58,02%) e Serra teve 17.790 votos (41,98%).
Em Barra do Garças, Dilma teve 14.574 votos (52,50%) e Serra 13.188 votos (47,50%). Diante de várias lideranças da região, uma que se destacou na campanha no segundo turno foi o deputado estadual Daltinho de Freitas (PMDB), que, no entanto, não conseguiu garantir sua reeleição.
Na cidade de Alta Floresta, apesar das principais lideranças estarem do lado de Dilma, em especial, o ex-prefeito e deputado estadual eleito Romualdo Júnior (PMDB), Serra ganhou na cidade, com 16.268 votos (62,64%). A petista ficou com 9.701 votos (37,36%).
Outra surpresa veio na apuração de Matupá, cidade do governador reeleito Silval Barbosa (PMDB), onde Serra, mesmo que por uma pequena diferença, ganhou na cidade. O tucano teve 3.778 votos (53,80%) contra 3.244 votos (46,20%) da petista.
Comentários