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Agronegócios
Terça - 27 de Agosto de 2013 às 13:04

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A safra mato-grossense de milho está ainda maior do que o estimado nos últimos meses. A previsão de recorde segue mantida, mas a produção se agigantou nas últimas semanas, reflexo direto da dobradinha de clima excepcional aliado ao pacote tecnológico. A segunda safra estadual fecha com produção inédita de 21,9 milhões de toneladas.



Ontem, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgou o último levantamento sobre o cereal e revisou, novamente para cima, a estimativa já que a colheita está praticamente encerrada no Estado. Até o final da semana passada, a previsão era colher cerca 18,72 milhões, oferta que tinha volume inédito.


 
Neste último levantamento, o Imea fez ajustes na área plantada, que foi redimensionada, como também corrigiu os dados em relação à safra 2011/12. A superfície cultivada neste ciclo passou de 3 milhões de hectares (ha), que também era recorde, para 3,6 milhões ha. Com este volume de terra semeada, a tradicional relação do milho ocupando cerca de 30% da área cultivada com soja, passa a responder por 45,6%.


 
Como explicam os analistas do Imea, diferente dos levantamentos anteriores, quando se prospectava com diversos agentes do mercado as perspectivas de crescimento percentual da área semeada de milho, nesta edição do levantamento – a nona sobre a safra 2012/13 - o Instituto reavaliou a relação entre as áreas semeadas de soja e milho. Como o crescimento percentual entre os anos não foram alterados, a área da safra anterior também foi corrigida chegando a 2,99 milhões ha. “Com isso, a produção do ano de 2012 passou de 15,58 milhões de toneladas para 18,5 milhões, valor que se mostra mais adequado ao balanço de oferta e demanda do referido ano. Neste sentido, com a consolidação dos dados de exportações e consumo estadual, que somaram 16 milhões de toneladas, 2,5 milhões de toneladas representam o estoque e a venda de milho para outros Estados do Brasil”, justifica.


 
Para safra 2012/13, a produtividade também foi atualizada neste último levantamento. Com a colheita praticamente finalizada, Mato Grosso terá uma produtividade de 102 sacas por ha, sendo um saco a menos que a média do ano passado. A maior produtividade vem do médio norte, que produziu 106 sacas em um ha. O noroeste e norte, tiveram 90 sacas de produtividade na média ponderada da região, sendo os valores mais baixos deste ciclo.


 
Como a área teve uma atualização positiva em mais de 550 ha, a produção também teve grande evolução. “Desta forma deverão ser produzidos pelo estado 21,9 milhões de toneladas, sendo a nova marca histórica na produção de milho por Mato Grosso, 18,5% maior que a safra passada”.


 
O REVÉZ - A grande oferta do cereal neste ano refletiu sobre os preços, que despencaram e desestimularam as vendas pelos produtores, ao passo que incentivos do governo federal por meio de compras de milho estão segurando as pressões sobre as cotações e movimentando a sua comercialização.


 
Desde o início desta safra, os preços do milho em Mato Grosso apresentaram queda de 9,7%. Esta queda pode ser explicada pela desvalorização da Bolsa de Chicago (CBOT) – referência internacional que baliza os preços da commodity - de 14,3% neste período, e ao aumento da oferta do cereal no mercado. A partir do início de agosto, as cotações do milho aumentaram 6,3% no Estado, reagindo a uma valorização do dólar frente ao real de 1,5% e aos leilões do governo federal, os quais totalizaram 6,6 milhões de toneladas comercializadas até o momento. As cotações do milho encerraram a semana passada a R$ 11,42/sc, representando uma queda de 0,2% em relação à semana anterior. No município de Primavera do Leste, o preço do cereal fechou a R$ 13,25/sc e em Sapezal, as cotações chegaram a R$ 10,30/sc, 9,8% abaixo da média do Estado, nesta última semana.





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