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Economia
Quarta - 03 de Novembro de 2010 às 12:16

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O Brasil acumulou nos dez primeiros meses do ano um superávit comercial de US$ 14,627 bilhões, 35% a menos que no mesmo período de 2009, apesar das medidas tomadas para frear a valorização da moeda, que promove competitividade às exportações.

O forte aumento das importações neste ano reduziu significativamente o superávit comercial em comparação com os US$ 22,495 bilhões dos dez primeiros meses de 2009, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

As importações entre janeiro e outubro somaram US$ 148,683 bilhões, 43,8% a mais que no mesmo período do ano passado. Já as exportações aumentaram 29,7%, aos US$ 163,31 bilhões. O aumento das compras externas se deve tanto à forte apreciação do real frente ao dólar, que reduziu o preço dos produtos importados, como à recuperação da indústria nacional, que aumentou as importações de matérias-primas e bens de capital.

O dólar chegou a estar em outubro passado em seu menor valor frente ao real desde setembro de 2008, quando o Brasil começou a sentir os efeitos da crise mundial. À deterioração da balança comercial contribuiu o resultado de outubro, quando as importações foram de US$ 16,527 bilhões, 29,5% a mais que no mesmo mês do ano passado.

As exportações de outubro cresceram, no entanto, ao mesmo ritmo, 30,5%, até chegar a US$ 18,381 bilhões. O superávit comercial de outubro foi de US$ 1,854 bilhão, valor 40,9% superior ao do mesmo mês do ano passado.

Diante da chamada "guerra cambial" promovida por outros países e que afetou a competitividade das exportações brasileiras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que seu governo fará o necessário para impedir uma apreciação exagerada do real.

Lula disse que abordará o assunto na cúpula do Grupo dos 20 (G20, países ricos e emergentes), que será realizada na Coreia do Sul na próxima semana, pois considera que essas disparidades exigem uma solução multilateral, e não unilateral.

Os analistas preveem que o possível crescimento de 7,3% da economia brasileira neste ano e a apreciação do real podem causar uma forte queda do superávit comercial, que em 2009 foi de US$ 25,348 bilhões.

Os economistas dos bancos privados consultados na semana passada pelo Banco Central (BC) calculam que o superávit comercial cairá para US$ 16 bilhões neste ano e para US$ 9 bilhões em 2011.





Fonte: EFE

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