Operação Natureza foi deflagrada no dia 20 pela Polícia Civil. Justiça expediu 15 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão.
Presos mais 2 suspeitos de fraudar fiscalização da pesca em MT

Duas pessoas que estavam foragidas e tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça foram presas pela Polícia Civil suspeitas de envolvimento em um esquema de fraude na fiscalização da pesca em Mato Grosso. As irregularidades resultaram na Operação “Natureza”, deflagrada no dia 20 pela Delegacia de Meio Ambiente (Dema), e que prendeu servidores e ex-servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).


 

De acordo com a Polícia Civil, um dos suspeitos foi preso neste domingo (25), em Barão de Melgaço, a 121 km de Cuiabá, após se apresentar na delegacia. Ele é investigado por atuar na região como “atravessador”. Outro suspeito preso é servidor da Coordenadoria de Fiscalização da Pesca, que também se apresentou à polícia. Ao todo foram expedidos pela juíza da Vara Especializada Crime Organizado, Ordem Tributária e Econômica e Administração Pública de Cuiabá, Selma Rosane Arruda, 15 mandados de prisão temporária (cinco dias) e 15 buscas e apreensão.



 

Três pessoas continuam foragidas. De acordo com a delegada Maria Alice Amorim, todos os 10 presos no dia da operação já foram interrogados e liberados após o cumprimento dos cinco dias da ordem da prisão. Três suspeitos autuados em flagrante por posse irregular de munições e arma de fogo, pagaram fiança e também foram liberados.


 

Os suspeitos vão responder por crimes de peculato, corrupção passiva, formação de quadrilha e pesca ilegal. Nas investigações iniciadas a partir de um relatório da Auditoria Geral do Estado (AGE), encaminhado pelo Ministério Público Estadual (MPE) e a Sema, a Polícia Civil apurou que os funcionários comissionados da Coordenadoria de Fiscalização de Pesca da Sema eram beneficiados com fraudes no abastecimento de combustível de embarcações em desuso, cujos barcos, em tese, seriam utilizados na fiscalização da pesca no período da piracema.


 

O combustível desviado era utilizado em benefício dos próprios fiscais. Conforme a delegacia, cinco ex-servidores e quatro ainda em atividade na Coordenadoria de Fiscalização, todos contratados pela Sema, além de 2 comerciantes e 4 ‘atravessadores’ de peixe irregular, contribuíram para o desvio de R$ 210,3 mil que correspondem a 68.661,76 litros de combustível, fraudados entre julho de 2011 a outubro de 2012.