Caso de decapitação volta ao nortão após cinco anos
O assassinato e decapitação do operador de máquinas Juarez Rodrigues, no último dia 17, às margens do rio Nandico, entre Sinop e Sorriso, traz de volta à tona o suposto envolvimento de policiais militares em crimes bárbaros. No caso em tela, são suspeitos de participação o cabo Cesar Fernandes Ventura e o soldado José Paulo Silva e Souza.
Os dois prestaram depoimentos e negaram participação no crime, além de apresentar suposto álibi, de que testemunhas os viram soltando Juarez. Também afirmam que depois foram atender uma ocorrência de furto em uma fazenda de Santa Carmem, inclusive com o dono da terra junto. A Polícia Civil vai ouvir as testemunhas apontadas por eles.
Todavia, assassinatos semelhantes e também com suspeita de participação de policiais foram registrados em Juara (664 km de Cuiabá), que fica a 300 km de Sinop. Naquela ocasião, o delegado da Polícia Civil, Joaz Gonçalves, investigou um possível grupo de extermínio na região do Arinos, em que quatro pessoas foram decapitadas em período de quatro meses.
Uma das vítimas era Ricardo Pereira Campos, 21 anos. Ele ficou sumido por cinco dias e foi encontrado por pescadores, boiando no rio Arinos. Na época, antes de sumir, Ricardo disse a amigos que tinha uma desavença com um policial militar e estava sendo ameaçado. A polícia descobriu também vários contatos telefônicos entre a vítima e o suposto executor.
Outro decapitado, dias antes de Ricardo, foi Alexandro Gomes da Silva. O corpo dele foi encontrado em Novo Horizonte do Norte, que fica a 30 km de Juara. O mesmo também estava nu e teve os órgãos genitais arrancados. Não houve nenhuma fratura ou contusão.
Mais duas corpos foram localizados nos meses seguintes, sendo que todos foram decapitados e tiveram os órgãos genitais arrancados. Na época, o delegado Joaz chegou a afirmar que se tratava de um grupo de extermínio e que tal poderia contar com a participação de policiais militares. Inclusive, dois PMs figuraram no rol dos principais suspeitos.Os suspeitos prestaram depoimento ao delegado e negaram todas as acusações.
Não foram encontradas provas concretas que pudesse incriminá-los. Depois disso, os PM’s foram transferidos para Sinop, pois estariam ameaçando as testemunhas. Conforme uma fonte, que mora em Juara, os casos “caíram no esquecimento”. Depois que os dois PM’s foram transferidos da cidade, os assassinatos seguidos de decapitação cessaram.
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