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Sexta - 29 de Outubro de 2010 às 14:15
Por: Laura Nabuco

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   A construção da hidrelétrica no rio Teles Pires, entre Cláudia e Itaúba, ainda é motivo de discórdia na cidade que se divide entre os que apoiam e os que rejeitam o projeto. A barragem, que terá potencial para gerar 400 megawattaz de energia, levará quatro anos para ficar pronta e deve gerar pelo menos três mil novos empregos nesse período. Em contrapartida, vários proprietários rurais serão obrigados a deixar suas terras. Entre os cinco municípios do Norte do Estado que compreendem a área onde a usina será instalada o mais afetado será Sinop. Na cidade, o Conselho de Meio Ambiente já se dividiu em grupos para estudar os prós e contras da obra.

   Segundo secretário de Meio Ambiente da cidade, Rogério Rodrigues, o maior questionamento é a respeito da altura que a usina terá e do tamanho da área que precisará ser alagada. "Na verdade eles não são contra a usina, mas sim contra a altura dela, que está deve ter 30 metros. Eles querem que ela seja contruída a um nível de 10 a 12 metros, porque assim não prejudicaria tanto o leito do rio", explica.

   A igreja católica também cobra mais explicações sobre o projeto que pretende alagar uma área de 33 mil hectares, 23 deles apenas em Sinop. Um abaixo assinado iniciado pelo padre Elói Sganzerla já recolheu cerca de 9 mil assinaturas. "Temos que estudar os impactos principalmente com os atingidos. Será que eles aceitariam ser assentados em outros lugares? E as indenizações, como serão pagas?", questiona o padre, que lembra ainda da existência de um lençol freático na região da construção.

   Em agosto deste ano o MPE e o MPF realizaram uma audiência pública em Sinop para alertar a população sobre os impactos que serão causados com a implantação do complexo de hidrelétricas. Na ocasião, a Procuradoria Especializada em Defesa Ambiental e Ordem Urbanística informou que pelo menos 26 municípios sofrerão algum tipo de impacto negativo com a construção da usina - veja aqui.

   De acordo com a representante da Empresa Brasileira de Pesquisas Energéticas, Ana Castro Lacorte, a sociedade tem o direito de se manifestar contra ou a favor da obra, mas os questionamentos devem ter base teórica. "Para inviabilizar um estudo de engenharia e ambiental que começou há três anos é preciso ter argumentos técnicos muito contundentes", afirma.





Fonte: RD News

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