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Economia
Sábado - 23 de Outubro de 2010 às 14:47

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As economias emergentes de rápido crescimento terão maior influência no FMI (Fundo Monetário Internacional), segundo um acordo fechado hoje e que reflete uma mudança no poder mundial a partir das nações industrializadas.

De acordo com a decisão, mais de 6% das fatias de voto no FMI serão passadas a países em desenvolvimento, como a China, que se tornará o terceiro maior integrante do órgão de empréstimos, sediado em Washington e que tem 187 membros.

A Europa entregará dois dos oito ou nove assentos que controla a qualquer momento no Comitê Executivo do FMI, que continuará com 24 membros, segundo um comunicado emitido depois de um encontro de ministros das Finanças do G20.

Como parte de um papel mais global, o G20 também decidiu dobrar as cotas do FMI, que determinam com quanto cada país contribuirá ao FMI e quanto eles podem pegar emprestado.

As cotas atualmente somam cerca de 340 bilhões de dólares. Os membros do FMI pediram a duplicação dessa quantia que, segundo eles, colocaria o fundo "em uma forte posição para evitar ou lidar com potenciais crises nos próximos anos."

O G20 disse que as reformas tornariam a entidade "mais efetiva, confiável e legítima."

As modificações correspondem a uma reforma da ordem econômica mundial estabelecida quando o FMI foi criado, após a Segunda Guerra Mundial, fazendo o diretor-gerente Dominique Strauss-Kahn descrever o acordo como histórico.

A redução na representação da Europa é menor do que a pretendida pelos Estados Unidos. Contudo, Washington, que tem 17,67% de participação nas cotas do FMI, manterá seu poder de veto nas decisões mais importantes, pois elas continuarão precisando de uma grande maioria, de 85%, para serem aprovadas, disseram autoridades do órgão.

"Era uma reforma esperada há muito tempo e que está realmente mudando o equilíbrio do poder e dando espaço para todas as economias, inclusive as emergentes", afirmou a ministra das Finanças da França, Christine Lagarde.

A China vai superar Alemanha, França e Grã-Bretanha no ranking de poder do fundo, com sua cota aumentando de 3,65 % para 6,19%. A Índia ficará na oitava posição, com a Rússia em nono e o Brasil em décimo, de acordo com o ministro das Finanças russo.

Juntos, os quatro países, conhecidos como Bric, terão 14,18% das cotas do FMI.

Os mercados emergentes em geral terão 42,49%, número que o G20 diz que deve subir após uma abrangente revisão da fórmula de cotas esperada até janeiro de 2013.

"Isso não completa o processo de reforma", disse o ministro das Finanças russo, Alexei Kudrin. "A posição dos países de mercados emergentes é que esse trabalho precisa continuar."

A decisão sobre quais países europeus deixarão seus assentos deve demorar um ano ou mais. O G20 estabeleceu um prazo final para outubro de 2012. Bélgica, Dinamarca, Holanda e Suíça estão entre as nações que podem perder espaço.

(Reportagem adicional de Toni Vorobyova e David Chance)






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